Boi: Safras destaca quatro fatores com potencial para mexer nos preços da arroba nas próximas semanas, saiba quais são

Publicado em 26/03/2021 12:48 e atualizado em 26/03/2021 14:52
Valorização cambial, auxílio emergencial, duração do lockdown e demanda chinesa por carnes são fatores que precisam ser monitorados
Fernando Henrique Iglesias - Analista da Safras & Mercado

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Entrevista com Fernando Henrique Iglesias - Analista da Safras & Mercado sobre o Mercado do Boi Gordo

 

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O câmbio valorizado estimula as indústrias frigoríficas exportadoras a ofertarem preços maiores para a arroba do boi gordo. Caso o dólar alcance o patamar dos R$ 5,80 podemos ter novas referências para arroba do animal com padrão exportação e isso pode acabar influenciando os valores de todas as categorias. 

Segundo o analista da Safras & Mercado sobre o Mercado, Fernando Henrique Iglesias, a oferta de animais segue restrita e sustentando os preços da arroba no mercado físico. “Nós estamos observando uma escassez de matéria prima no norte e na região Centro-Oeste em que as escalas de abate estão ao redor de 2 dias úteis. Os frigoríficos estão pulando dias de abate e dando férias coletivas e esse é o grande ponto de firmeza dos preços”, afirma. 

A expectativa é que tenha uma entrada de animais no mercado a partir do mês de maio. “O próximo mês de abril vai continuar desafiador para as indústrias frigoríficas em termos de volume ofertado. Para os preços, a tendência é que fiquem elevados ao longo do mês”, destacou em entrevista ao Notícias Agrícolas. 

O consumo de carne bovina deve continuar com ritmo lento devido às restrições da pandemia e com o food service fechado. “Os cortes nobres como a picanha e contra-filé são consumidos em restaurantes deve ter um movimento parecido observado no ano passado, em que os valores do dianteiro apresentou alta e o os traseiros tiveram quedas”, comenta. 

As referências do boi casado no atacado estão ao redor de R$ 19,00/kg no estado de São Paulo. “É um valor relativamente alto e isso resulta em uma grande dificuldade de repasse de preços ao consumidor. É preciso acompanhar como será o auxílio emergencial e se vai ter um peso no consumo de produtos básicos”, aponta. 

Por: Aleksander Horta e Andressa Simão
Fonte: Notícias Agrícolas

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