Boi: Brasil precisa correr contra o tempo para levantar embargo da carne bovina antes dos feriados chineses a partir da próxima semana

Publicado em 15/09/2021 12:15 e atualizado em 15/09/2021 16:04
Sem China, mercado do boi segue sem referência e com ritmo lento nos abates. Apenas frigoríficos menores estão aproveitando para fechar negócios
Caio Junqueira - Analista de Mercado da Cross Investimentos

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Entrevista com Caio Junqueira - Analista de Mercado da Cross Investimentos sobre o Mercado do Boi Gordo

O mercado pecuário segue em compasso de espera enquanto a China não retira o embargo da carne bovina. De acordo com o Analista de Mercado da Cross Investimentos, Caio Junqueira,  o mercado aguarda por essa resposta para que a atividade volte ao normal. “As indústrias que são habilitadas para exportar estão em compasso de espera, pois sabem que não podem colocar mais produto no mercado interno”, destacou. 

Com as exportações de carne bovina suspensas para a China, as comercializações seguem travadas, já que as compras chinesas são responsáveis por quase 70% do que embarcamos atualmente. “A produção brasileira é muito dependente da demanda chinesa e temos estoque que poderia estar sendo direcionado para as exportações, mas as indústrias estão remanejando para escoar no mercado interno”, comentou. 

O analista ainda reforça que é essencial levantar o embargo das exportações ainda nesta semana, pois a China vai entrar em feriado entre os dias 19 a 21 de setembro vai ser comemorado o dia do Festival do Meio do Outono, o que deve comprometer os embarques de carne bovina. 

“Temos que fazer uma força tarefa para levantar esse embargo ao longo desta semana, justamente para dar saída no estoque de carne bovina e fazer com que a indústria volte a operar normalmente. Se ficarmos mais tempo parados vai comprometer ainda mais a logística marítima, que está com muitos entraves logisticos”, ressaltou.

O Notícias Agrícolas solicitou informações sobre as suspensão das exportações de carne bovina ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) que nos respondeu por meio de nota. 

A decisão daquele país foi comunicada ao Mapa pela adicância agrícola em Riade. Já foram encaminhadas informações técnicas sobre o caso para as autoridades sanitárias da Arábia Saudita. Estão sendo realizadas reuniões, mas não há ainda previsão sobre a retirada das suspensões. 

Em relação à China, o Brasil suspendeu, temporariamente, no último dia 4 de setembro, as exportações de carne bovina em cumprimento ao protocolo sanitário firmado com aquele país. A suspensão continua em vigor até que as autoridades chinesas concluam a avaliação das informações já repassadas pelo Brasil.

Também não há, ainda, previsão de retomada das vendas desse produto para aquele país.

Por: Aleksander Horta e Andressa Simão
Fonte: Notícias Agrícolas

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