Fretes já subiram 15% nos últimos meses no BR e disputa por veículos se intensifica

Publicado em 15/07/2025 10:09 e atualizado em 15/07/2025 10:53
Disputa acontece até mesmo entre os estados por quem pagará mais pelo frete. Milho e soja também disputam por espaço e agrava o atual cenário, dificultando o planejamento.
Fernando Bastiani - Pesquisador do ESALQ-LOG

Os preços dos fretes continuam subindo no Brasil e o movimento é intensificado pelo avanço da colheita da segunda safra recorde de milho, ocasionando, inclusive uma disputa maior por veículos durante este período, como explica o pesquisador da ESALQ-Log, Fernando Bastiani, em entrevista ao Bom Dia Agronegócio desta terça-feira (15). 
Nos últimos dois a três meses, as principais rotas já registram uma alta de cerca de 15%. Considerando o trecho Sorriso/MT - porto de Itaituba, na última semana, o valor alcançado foi de R$ 320,00 por tonelada, contra preços que vinham estabilizados entre os meses de abril, maio e junho.

"Ainda temos metada de safrinha para ser colhida, então este período de aumento de fretes ele deve se estender, pelo menos, nas próximas duas ou três semanas, principalmente neste mês de julho que acreditamos que possa ser o pico do frete no Brasil", afirma Bastiani. Porém, ele explica ainda que a atual safra está mais atrasada e concentrada em relação a anterior. 

Com toda esta demanda, já se observa ainda uma escassez de caminhões para atender à toda esta demanda por fretes, uma vez que os veículos acabam se prejudicando também por menor produtividade, com filas maiores nas estruturas logísticas, por exemplo. "E isso pode ser percebido, principalmente, na região Centro-Oeste e no Paraná (...) e isso faz com que a gente veja uma disputa, inclusive, entre os estados para ver quem pagará mais pelo frete". 

O pesquisador traz ainda em sua análise a capacidade de armazenagem insuficiente e a consequente necessidade de comercialização - não só de milho, mas também de soja - acabam deixando a situação ainda mais evidente. 

Acompanhe a íntegra da análise de Fernando Bastiani no vídeo acima. 

Por: Carla Mendes | Instagram @jornalistacarlamendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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