Sem soja dos EUA, China pode ficar com abastecimento comprometido até o fim de 2025
A semana começou com destaque para as importações recordes de soja pela China em agosto, porém, o mercado ainda busca compreender como será a atuação da nação asiática nos próximos meses para finalizar o ano estando adequadamente abastecida. O país precisa comprar ainda cerca de 18 milhões de toneladas entre outubro e dezembro e precisaria de soja dos Estados Unidos. Sem este produto, poderia ficar com seu abastecimento comprometido, como explicou o analista do complexo soja e diretor da Agrinvest Commodities, Eduardo Vanin, em entrevista ao Bom Dia Agronegócio desta segunda-feira (8).
"Nós nunca tivemos a China não comprando soja americana para a janela de final de ano, com o consumo do setor de rações como está. Tivemos entre 2018 e 2019 poucas compras, mas mais do que agora, mas naquele momento tinha a Peste Suína Africana, não se precisava de muito farelo, e agora não", detalha Vanin.
Assim, a preocupação é com o cenário dos derivados, especificamente o farelo, com a possibilidade de faltar o produto na China. Diante disso, nas últimas semanas, a nação asiática voltou, inclusive, a comprar soja da safra velha do Brasil.
No entanto, "o ponto é que não tem margem mais para comprar aqui no Brasil, a margem está negativa cerca de US$ 10,00 por tonelada, e o grande ponto é o farelo que, na China, está fora de lugar. A soja brasileira ficou mais cara e o farelo está no mesmo lugar", explica o analista.
No vídeo acima, acompanhe a íntegra da análise de Eduardo Vanin, que definiu 2025 como o ano das grandes distorções.