Café: Semana deve ser de preços estáveis no mercado internacional, com poucas novidades no horizonte; mercado interno calmo

Publicado em 18/05/2015 09:31
Café: Semana deve ser de estabilidade para o mercado internacional. Poucas novidades são esperadas e comportamento técnico ainda direciona as cotações em NY. No mercado interno, cenário continua sendo de poucos negócios e produtores focados nos trabalhos de colheita. Resultados começam a refletir os problemas com o clima.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou na última quinta-feira (13) o relatório anual sobre a safra de café 2015/16 do Brasil. De acordo como USDA a safra pode chegar a 52,4 milhões de sacas de 60 kg, o que corresponderia a um crescimento de 2,3% em relação à safra anterior. A previsão, inclusive, supera todas as outras feitas por instituições brasileiras.

A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) estimou uma produção de café do Brasil entre 44,1 e 46,6 milhões de sacas. Já a Fundação Procafé prevê colheita máxima de 43,3 milhões de sacas.

Na quarta-feira (12) o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou que a produção brasileira de café nesta temporada deve ser de 42,4 milhões de sacas de 60 kg, com uma redução de 6,1% em relação a 2014.

De acordo com João Santaella, analista de mercado, a produção brasileira de café, deve ficar mesmo entre 40 a 43 milhões de sacas, no entanto "o USDA sempre fala em torno de 5 a 6 milhões de sacas a mais que o governo brasileiro aponta".

Segundo o relatório sobre o mercado de café divulgado mensalmente pela Organização Internacional do Café – OIC, a demanda mundial de café continuará mostrando crescimento significativo. Em fevereiro as exportações foram menores em comparação ao ano passado devido à queda nos embarques do Brasil e do Vietnã. O total das exportações nos primeiros cinco meses do ano cafeeiro foi de menos 2,7%. Prevê-se que o total da produção do ano-safra de 2014/15 girará em torno de 141,9 milhões de sacas, enquanto estimativas iniciais do consumo mundial de café no ano civil de 2014 são de 149,3 milhões de sacas, o que sugere uma forte demanda de café no mundo todo.

"A OIC diz que teremos um déficit de 8 milhões de sacas, e assumindo que o consumo interno será de 21 milhões de sacas. Os dados sugerem que o estoque tem sido usados para o abastecer o mercado, com isso é provável que as exportações brasileiras dos próximos 12 meses sejam significativamente mais baixos", afirma Santaella.

Diante desse cenário, a tendência é que o mercado internacional trabalhe em estabilidade nesta semana, sem novidades significativas no horizonte. Santaella afirma que a próxima barreira será 140 cents/lb e "rompendo poderemos ver próximos patamares de 145 cents/lb a 150 cents/lb" considera.

 

Mercado Interno

No físico, o mercado está refletindo a colheita da safra 2015/16. Em Guaxupé (MG) o café arábica tipo 4/5 é negociado a R$ 507,00 a saca de 60 kg, já o tipo 6 bebida dura é cotado a R$ 450,00 a saca.

"O mercado ainda está com um preço excelente para o produtor, é claro que o ideal seja acima dos R$ 500,00, mas o custo - no Cerrado - em torno de R$ 280,00 a R$ 300,00 então um mercado a R$ 450,00 é um bom preço para o produtor", afirma o analista.

Por: Carla Mendes e Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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