Cooxupé estima colheita do café em 21%, índice abaixo do ano passado. Primeiros lotes têm grãos miúdos mas qualidade preservada

A Cooxupé, Cooperativa Regional dos Cafeicultores em Guaxupé, estima que até o momento a colheita na região esteja em 21%, ritmo abaixo dos anos anteriores que na mesma época chegava a 34%. Para, Carlos Paulino, presidente da cooperativa, algumas regiões tiveram atrasos significativos.
 

“Esse atraso tem a ver com a florada, que devido à estiagem do início do ano, nos meses de janeiro e fevereiro contribuiu para a demora na formação do grão. O produtor esperou mais tempo do que o habitual para não colher o café verde”, explica.
 

Outro problema apontado pelos produtores, segundo Paulino, é o tamanho do grão. “No Sul de Minas, os grãos estão menores e é necessário mais café para fazer uma saca beneficiada. Já na região do Cerrado o tamanho do grão está normal. No entanto, os produtores se queixam de uma quebra considerável na produção".

 

Sobre o volume de café entregue à Cooperativa, Paulino confirmou que a expectativa de 4,6 milhões de sacas dos cooperados está mantida. " Ainda é cedo para falar em problemas de produção e esse maior volume em relação ao ano passado é porque estamos expandindo as áreas de atuação da Cooperativa , não pelo aumento de produção e sim pela expansão da área”, conclui.
 

Entretanto, a qualidade do café segue a mesma. “O grão miúdo não é problema em termos de qualidade, a bebida está muito boa por sinal. Estamos com previsão de chuva nesses próximos dias, portanto, não sabemos o que vai acontecer com a qualidade, mas até o momento a bebida está excelente”, revela o presidente.
 

Os preços, segundo ele estão abaixo do esperado. Devido à quantidade de sacas nesta safra o valor deveria aumentar. “A saca segue ao redor dos R$ 415,00 a R$ 420,00. Produtor está retraído e procurando financiar o pouco café colhido. A dica é para que se espere melhores momento para negociação”, ressalta.