Rabobank projeta safra de 56 milhões de sacas de café para 2019 com nova expansão na oferta de conilon, arábica deve recuar

Publicado em 02/01/2019 12:54
Preços do café devem seguir em patamares baixos, oscilando entre US$1,14 e US$ 1,24 por libra peso em 2019, diz especialista do Rabobank
Guilherme Morya - Analista da Rabobank

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Perspectivas para o café em 2019 - Guilherme Morya - Analista da Rabobank

 

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A Rabobank estima uma colheita de safra 2018/19 de café em 56,8 milhões de sacas para este ano por conta da nova expansão de oferta de conilon. Em contrapartida, a produção de café arábica deve recuar devido aos problemas climáticos e ciclo menor.

De acordo com o Analista da Rabobank, Guilherme Morya, a tendência para este ano é que o excesso de oferta pressione as cotações, principalmente no primeiro semestre. “Nós defendemos uma estimativa de 56,8 milhões de sacas, mas eu acredito que foi uma boa safra para o Brasil e cria uma expectativa  no mercado que pressionou os preços negativamente”, afirma.

Diante desse cenário, o produtor rural terá que ficar muito atento na comercialização. “Será um ano de superávit global para o ciclo 2018/19 em que o Brasil e a Vietnã estão com uma boa colheita estão limitando uma melhora dos preços e os países da America Central também com um ano positivo”, comenta.

Com relação à produção de café conilon, os números preliminares da consultoria giram em torno de 18 milhões de sacas. “Um aumento de quase 10% se comparado com o último ciclo. É importante ressaltar que essa estimativa vai variar, pois vamos visitar algumas regiões produtoras após os primeiros meses do ano”, diz.

Em relação às condições climáticas, o mês de novembro foi marcado por bons volumes de chuvas nas principais regiões produtoras. “Já dezembro choveu, mas não tanto como historicamente costuma a chover nas localidades. Então, é importante esperar as chuvas de janeiro para detalhar as previsões de safra”, pontua.

O ano passado foi muito positivo em qualidade para o café, mas essa qualidade não deve se repetir em 2019. “Vai ser um pouco diferente, pois vamos ter muita desuniformidade e vai gerar um impacto direto na qualidade dos grãos”, comenta.

Por: Aleksander Horta e Andressa Simão
Fonte: Notícias Agrícolas

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