Sem novos fundamentos, posicionamento dos especuladores movimenta futuros do café

Os preços do café se recuperaram das perdas iniciais e se estabilizaram moderadamente mais altos no fechamento da sessão desta quarta-feira (30).

Segundo o sócio diretor da Pine Agronegócios, Vicente Zotti, o clima ainda é um ponto de atenção, mas as perspectivas climáticas para o mês de novembro são positivas. O especialista destaca que a estiagem prolongada, juntamente com as altas temperaturas no Brasil, prejudicaram muito as plantações de arábica no país, e devem resultar novamente em um ano ímpar, a volta de uma bienalidade negativa para a variedade.  Já o robusta se encontra em uma melhor condição de produtividade e deve superar as estimativas da safra passada.

Ainda de acordo com o analista, em um curto prazo, o mercado cafeeiro não tem novos fundamentos, e o que vem ocasionando a movimentação dos futuros é o posicionamento dos especuladores.

O arábica encerra o dia com alta de 150 pontos no valor de 249,60 cents/lbp no contrato de dezembro/24, um aumento de 180 pontos no valor de 249,05 cents/lpb no de março/25, uma alta de 195 pontos no valor de 247,80 cents/lbp no de maio/25, e um aumento de 205 pontos no valor de 245,30 no de julho/25.

Já o robusta registra aumento de US$ 63 no valor de US$ 4.453/tonelada no contrato de novembro/24, um aumento de US$ 55 no valor de US$ 4.453/tonelada no de janeiro/25, uma alta de US$ 51 no valor de US$ 4.363/tonelada no de março/25, e uma alta de US$ 52 no valor de US$ 4.296/tonelada no de maio/25.

De acordo com o Barchart, a preocupação de que chuvas abaixo do normal no Brasil levarão a uma safra menor de café, trouxe surpote as flutuações dos preços durante o dia de hoje.

Relatório divulgado pelo Rabobank estima a demanda brasileira de 2023/24 em 21,6 milhões de sacas, 1,6% maior em relação ao ciclo passado. Em 2024/25 é esperado um crescimento de 0,7% em 21,8 milhões de sacas.

Mercado Interno

No mercado físico brasileiro o Café Arábica Tipo 6 registra alta de 1,31% no valor de R$ 1.550,00/saca em Guaxupé/MG, um aumento de 1,28% no valor de R$ 1.580,00/saca em Varginha/MG, e um aumento de 0,66% no valor de R$ 1.530,00/saca em Poços de Caldas/MG.

O Cereja Descascado registra alta de 2,48% no valor de R$ 1.650,00/saca em Varginha/MG, um aumento de 1,27% no valor de R$ 1.600,00/saca em Campos Gerais/MG, e uma alta de 0,61% no valor de R$ 1.640,00/saca em Poços de Caldas/MG.

Para Vicente, o cenário para o produtor é positivo, com grandes chances de lucratividade. A recomendação é não olhar só para o preço do produto durante as negociações, mas sim para a relação de troca de 2025/26 e, até mesmo, 2026/27.