Cafeicultores brasileiros têm em mãos o menor nível de estoque da história

Publicado em 06/03/2025 16:18 e atualizado em 06/03/2025 17:21
Segundo representante da Minasul, no momento os produtores não querem refazer os estoques diante da pressão da inflação e dos juros altos
Heberson Sastre - Gerente da Mesa de Operações da Minasul
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Cafeicultores brasileiros têm em mãos o menor nível de estoque da história

 

Os preços do café fecharam a sessão desta quinta-feira (06) com fortes baixas nas bolsas internacionais. De acordo com o Barchart, as previsões de chuva no Brasil desencadearam uma longa liquidação nos futuros do café.

A Somar Meteorologia disse hoje que o tempo seco e quente no país pelo resto desta semana dará lugar a vários dias de chuva na próxima semana, aliviando as condições secas e auxiliando no desenvolvimento final das lavouras.

Para Heberson Sastre, gerente da mesa de operações da Minasul, essas fortes oscilações nas bolsas internacionais têm o respaldo dos fundamentos a longo prazo, mas no momento essa queda está mais relacionada com o lado financeiro, com a parte técnica do mercado e com fundos de investimentos. 

Ainda segundo Heberson, no momento os produtores brasileiros não querem refazer os estoques diante da pressão da inflação e dos juros altos, e os cafeicultores têm em mãos o menor nível de estoque da história. Este cenário tem ocasionado a volatilidade do mercado, e trazendo preocupação sobre a oferta global de café. 

Só nos últimos três dias, o café arábica teve uma valorização de 12% e realizou 5%. Em NY, a variedade encerra a sessão de hoje com baixa de 2.250 pontos no valor de 393,00 cents/lbp no vencimento de março/25, uma queda de 2.280 pontos negociado por 387,15 cents/lbp no de maio/25, um recuo de 2.200 pontos no valor de 377,55 cents/lbp no de julho/25, e uma baixa de 2.155 pontos no valor de 367,95 cents/lbp no de setembro/25.

Já o robusta registra queda de US$ 201 no valor de US$ 5.452/tonelada no contrato de março/25, uma baixa de US$ 216 no valor de US$ 5.427/tonelada no de maio/25, uma perda de US$ 217 negociado por US$ 5.386/tonelada no de julho/25, e um recuo de US$ 220 no valor de US$ 5.319/tonelada no de setembro/25.

Mercado Interno

O representante da Minasul explica que os produtores seguem negociando, mas estão mais cautelosos monitorando o clima para realizarem mais movimentação no mercado físico brasileiro. 

Os preços nas áreas acompanhadas pelo Notícias Agrícolas acompanharam as fortes quedas, e o Café Arábica Tipo 6 encerra com perda de 5,45% em Franca/SP no valor de R$ 2.600,00/saca, uma baixa de 3,97% em Poços de Caldas/MG no valor de R$ 2.420,00/saca, e uma queda de 3,79% em Guaxupé/MG no valor de R$ 2.536,00/saca. Já o Cereja Descascado registra baixa de 3,71% em Campos Gerais/MG no valor de R$ 2.595,00/saca, um recuo de 3,64% em Varginha/MH no valor de R$ 2.650,00/saca, e uma baixa de 3,68% no valor de R$ 2.615,00/saca em Guaxupé/MG. 

Por: Raphaela Ribeiro
Fonte: Notícias Agrícolas

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