Clima deve continuar pressionando os preços do café no próximo semestre

Publicado em 25/07/2025 16:05 e atualizado em 25/07/2025 17:05
Florada para safra/26 no Brasil e no Vietnã devem seguir no radar do mercado cafeeiro
Vicente Zotti - Sócio Diretor da Pine Agronegócios

Os preços do café se consolidaram com fortes quedas nas bolsas internacionais no fechamento da sessão desta sexta-feira (25). 

Segundo o Barchart, os preços foram prejudicados esta semana pelas pressões da colheita de café no Brasil. Dados da consultoria Safras & Mercado apontam que a colheita geral do Brasil da safra 2025/26 estava 84% completa em 23 de julho, acima do nível comparável de 81% no ano passado e da média de 5 anos de 77%. A análise mostrou que 96% da colheita de robusta e 76% da colheita de arábica estavam completas em 23 de julho.

Para o sócio diretor da Pine Agronegócios, Vicente Zotti, o especulador, no curto prazo, está se posicionando para redimensionar os riscos, focando o dia 1º de agosto (entrada da taxação de Trump) para fazer uma releitura do mercado. 

Relatório Rabobank mostra que de janeiro a julho, os preços do arábica e do conilon no Brasil caíram 25% e 47%, respectivamente, influenciados pela colheita nacional e expectativas positivas de produção no Brasil e Vietnã. Mas, após o anúncio da tarifa de Trump, o mercado ficou mais volátil, possivelmente com o aumento da demanda para outras origens. "Ainda é cedo para avaliar os impactos de longo prazo, que dependerão da
implementação e duração da tarifa. A medida pode alterar os fluxos globais do comércio
de café, afetando produtores, exportadores e consumidores", completou o documento.

Zotti destaca também, como ponto de pressão ao mercado futuro, a questão climática, que traz preocupação para o segundo semestre com as floradas no Brasil e Vietnã para a safra/26.

Em NY, o arábica fecha o dia com queda de 730 pontos no valor de 297,55 cents/lbp no vencimento de setembro/25, uma perda de 655 pontos negociado por 290,45 cents/lbp no de dezembro/25, e um recuo de 600 pontos no valor de 283,80 cents/lbp no de março/25.

O robusta encerra sem variação no contrato de julho/25 cotado por US$ 3,624/tonelada, com uma perda de US$ 121 no valor de US$ 3,228/tonelada no de setembro/25, e uma desvalorização de US$ 108 negociado por US$ 3,196/tonelada no de novembro/25.

Mercado Interno

O diretor da Pine relata que o mercado doméstico já compete com o comprador internacional. 

Nas áreas acompanhadas pelo Notícias Agrícolas, o Café Arábica Tipo 6 encerra com recuo de 2,60% em Varginha/MG no valor de R$ 1.870,00/saca, uma baixa de 2,12% em Campos Gerais/MG negociado por R$ 1.850,00/saca, e uma perda de 1,08% em Machado/MG no valor de R$ 1.840,00/saca. 

Já o Cereja Descascado registra baixa de 2,50% em Varginha/MG no valor de R$ 1.950,00/saca, e um recuo de 2,05% em Campos Gerais/MG cotado por R$ 1.910,00/saca. 

 

 

 

Por: Raphaela Ribeiro
Fonte: Notícias Agrícolas

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