El Niño é similar ao de 1957/58 e deve ocasionar redução de chuvas para a região Centro-Oeste

Publicado em 09/09/2015 19:22
El Niño é similar ao de 1957/58 e deve ocasionar chuvas acima do normal para o sul de MG e SP no mês de setembro. Nas regiões, veranico pode ocorrer entre janeiro e fevereiro de 2016. No Centro-Oeste, chuvas podem ficar abaixo da média entre outubro/15 e fevereiro do próximo ano. No PR, precipitações deverão ficar dentro da normalidade nos próximos meses. Evento climático deve persistir até maio/junho de 2016.

O grande volume de chuvas que atingiu diversos estados do país no inicio de setembro deve permanecer por todo o mês no sul de Minas Gerais e São Paulo.

Segundo o climatologista Luiz Carlos Molion, quando o El Niño ocorre mais próximo à costa da América do Sul - como é o caso deste que estamos vivenciando - os impactos sobre o clima no Brasil são maiores.

Essa formação do El Niño é parecida com as condições encontrada no fenômeno que ocorreu em 1957 "quando a temperatura chegou aproximadamente a 2° acima do normal", afirma Molion.  O El Niño de 1957 provocou chuvas intensas no sul e sudeste no período junho-outubro semelhante ao que está ocorrendo agora.

De acordo com os mapas do clima em 1957 a partir de setembro o registro de chuvas em setembro para as regiões do sul de Minas Gerais e São Paulo "ficaram de 100% a 150% acima da média para o mês", ressalta Molion declarando que pela previsão de similaridade esse fenômeno deve ocorrer também neste ano.

No entanto, é possível que a partir do final de dezembro se instale um veranico que pode perdurar durante os meses de janeiro e fevereiro "que é um período preocupante onde a carga de radiação solar é muito grande para a planta", avalia o climatologista.

Pela previsão de similaridade as chuvas devem retomar com maior regularidade a partir de março, podendo as precipitações ficar até acima da média. Segundo ele, o clima vive um ciclo de aproximadamente nove anos, onde se altera os períodos de chuva e veranico.

"Então começando em 2011 a 2020 deveremos ter um clima se comportando com chuvas nos meses de setembro a novembro e a partir do terceiro decênio de dezembro a janeiro ocorre uma redução nas chuvas", explica Molion ressaltando que essa redução das precipitações deve ser na ordem de 15% a 20%.

Para a região Sul, a previsão por similaridade aponta uma redução das chuvas "no centro do Rio Grande do Sul e Santa Catarina de setembro a novembro, retornando - particularmente no sudoeste do RS somente em janeiro", enquanto no Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul “devem ter excesso de chuvas de setembro-novembro e redução a partir do final de dezembro a janeiro", declara Molion.

Com isso o cultivo da soja na safra 2015/16 na região Centro-Oeste pode sofrer uma queda de produtividade por conta da redução das chuvas em dezembro, janeiro e fevereiro.

Na norte do país, especificamente na região de Boa Vista (RR), a previsão é de que as chuvas permaneçam abaixo da média dos meses de setembro a março de 2016.

Confira o mapa de previsão por similaridade de julho a janeiro 2016:

 

 

Por: Fernanda Custódio e Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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