Chuvas foram rápidas, poucas e irregulares no Sudeste; safrinha ainda precisa de 40 mm

Publicado em 16/04/2021 17:57 e atualizado em 17/04/2021 09:45
Entrevista com Luiz Renato Lazinski - Agrometeorologista (foto de Luis Fernando Bombana/Sorriso-MT)
Luiz Renato Lazinski - Agrometeorologista

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Entrevista com Luiz Renato Lazinski - Agrometeorologista

 

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O agrometeorologista Luis Renato Lazinski acompanha vários modelos meteorologicos e informa que a frente fria que atuou sobre o Paraná até ontem (sexta-feira) subiu para o sul de Goiás neste sábado, levando boas chuvas no sudeste goiano e  melhorando as condições da safrinha nesta região do País. Já no Paraná e S. Paulo as chuvas se dissiparam rapidamente, deixando pouca umidade e com precipitações irregulares. A maior parte da frente acabou se dirigindo para o Atlantico, deixando pouca umidade no centro do País.

As chuvas, porém, continuaram fortes no Sul (especialmente no sul do RS) e também no Norte do País, com muita chuva constante no Pará e Amazonas (como é a caracteristica nesta parte do ano).

Quanto às chuvas para safrinha do Paraná - onde as lavouras mais se encontram em risco - o agrometeorologista Lazinski vê co preocupação, pois as pancadas (de manga) somente voltarão ao final do mês e inicio de maio, e em condições desfavoráveis.

--"Daqui pra frente teremos essas condições, de poucas chuvas e cada vez diminuindo mais. E, atenção, - alerta ele -de agora em diante começam os periodos de dias frios. Já temos geadas na serra catarinense, e prenuncio de frente de geadas, isso já para semana que vem. Por enquanto nada que mereça maiores cuidados, mas de junho em diante podemos prever frente bem frias".

Lazinski considra provavel que para a próxima safra de verão (21/22) haverá atraso nas chegadas das chuvas de setembro, podendo repetir as condições da safra passada, quando as chuvas entraram atrasadas e depois se registrou  com város dias de precipitações intensas, seguidas de veranicos (acompanhe a entrevista acima). 

Gráficos das previsões de chuvas para os próximos dias e do acumulado do mês de chuva em Abril 

Alerta de chuva forte no Sul do Brasil (no Climatempo)

O fim de semana no Sul do Brasil sofrerá influencia da atuação de um cavado meteorológico e a passagem de uma frente fria pelo mar, reforçam a instabilidade sobre o Sul e Sudeste do Brasil.

Neste sábado (17), há previsão de pancadas de chuva no decorrer do dia, que podem ser fortes e vir acompanhadas de raios, especialmente na serra e no litoral norte do Rio Grande do Sul, no sul, no leste e o nordeste de Santa Catarina (inclusive na Grande Florianópolis), no litoral do Paraná e na Grande Curitiba.

No domingo (18), com a intensificação e persistência dos ventos marítimos, o tempo fica mais carregado na Grande Florianópolis, no litoral norte catarinense, no Vale do Itajaí, no litoral do Paraná e na Grande Curitiba. A chuva será frequente, por vezes forte e pode acumular volumes elevados.

No fim de semana, áreas de instabilidade vão se formar sobre o pantanal de Mato Grosso do Sul e de Mato Grosso. Nestas áreas não se descarta temporais isolados e também em Campo Grande.

Neste domingo (18), uma área de baixa pressão atmosférica se forma no oceano,  entre o litoral das Regiões Sul e Sudeste, como indicado na figura abaixo. A previsão é que o centro deste sistema esteja a cerca de 400km da costa no fim da tarde do domingo.

O sistema de baixa pressão atmosférica se aprofunda a partir de domingo (18) próximo à costa de São Paulo e vai deixar o tempo instável no litoral paulista no domingo e também na segunda-feira (19). Nesses dias há potencial para o risco de chuva forte com raios, que pode acumular volumes expressivos, especialmente no litoral sul e na Baixada Santista. Essa baixa pressão também poderá causar rajadas de vento moderadas a fortes, chegando a 60km/h na segunda-feira.


Ainda no domingo, a baixa pressão já influencia o litoral entre Santa Catarina e São Paulo provocando vento moderado. Este sistema também deve favorecer a formação de nuvens carregadas e há alerta para temporais com chuva forte e volumosa no leste de Santa Catarina, do Paraná e de São Paulo, na madrugada e manhã de segunda-feira (19). 

Entre a segunda (19) e a terça-feira (20), a baixa pressão se aprofunda na atmosfera dando origem a um ciclone. Pelas características previstas, tudo indica que este ciclone possa ser classificado como um ciclone subtropical.

Clique aqui para conferir os diferentes tipos de ciclones e suas características.

Abaixo, o posicionamento do ciclone na noite de terça-feira (20). Entre a segunda e a terça-feira, este sistema já provoca vento moderado a forte na faixa litorânea entre Santa Catarina e o Rio De Janeiro. As rajadas ficam entre 40 e 60km/h na faixa costeira entre Santa Catarina e São Paulo e entre 50 e 80km/k no litoral do Rio de Janeiro.

Mar Agitado

Na terça-feira (20), o vento soprando forte e persistente sobre o oceano deixa o mar agitado e forma as ondas que chegam ao litoral, como indicado abaixo na previsão de ondas para a terça-feira à noite. São esperadas ondas entre 2,5 e 3 metros no litoral do Rio de Janeiro. A ondulação do mar é de sul nas praias do Rio de Janeiro e de sudeste no litoral entre São Paulo e o Rio Grande do Sul.


Na quarta-feira (21), o mar fica ainda mais agitado, com previsão de ressaca em todo o litoral entre o Rio Grande do Sul e o Rio de Janeiro, com ondas entre 3 e 3,5 metros de altura nas praias fluminenses e entre 2 e 3 metros nas demais áreas costeiras. Em mar aberto, a altura das ondas fica por volta de 5 metros.


Próximos dias

Até o fim da semana que vem, a previsão é de que o ciclone permaneça atuando no oceano ao largo do litoral das Regiões Sul e Sudeste do Brasil.

As últimas rodadas dos modelos meteorológicos divergem um pouco sobre o posicionamento do sistema, mas todos os modelos convergem sobre a atuação do sistema até o fim da semana.

Pelos menos até a sexta-feira que vem, dia 23 de abril, o sistema influenciará todo o litoral entre o Rio Grande do Sul e o Rio de Janeiro, provocando vento moderado a forte e deixando mar agitado. As condições de vento e de mar são duras especialmente em alto-mar.

Por: João Batista
Fonte: Notícias Agrícolas/Climatempo

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