DA REDAÇÃO: Brasil pode ter problemas de abastecimento de feijão carioca e preto
Publicado em 16/05/2012 11:27
e atualizado em 16/05/2012 12:02
Feijão: Após quedas da semana passada, preços ao produtor voltam a subir com chuvas dificultando a colheita no PR e em MG. Déficit do grão carioca deve ser de 600 mil toneladas em 2012. Feijão preto e carioca podem ter problemas de abastecimento ao longo do ano.
Feijão Carioca: Boa oferta da semana passada, com colheita do Paraná e de Minas Gerais pressionou preços, favorecendo a retirada dos compradores do mercado e ofertas mais baixas aos vendedores. Assim, os preços ao produtor caíram para até R$130 no Paraná e R$150 em Minas Gerais. “Com as quedas, o produtor parou de vender e os empacotadores entenderam que era uma boa hora para comprar e repor seus estoques que estavam baixos”, explica o analista de mercado da Correpar, Marcelo Lüders.
O retorno dos empacotadores coincidiu com o período de chuvas no PR e no sudoeste de MG, que atrapalham a colheita do grão. Fatores que favoreceram a retomada dos preços nesta semana.
De acordo com Lüders, ao longo de 2012 a oferta de feijão carioca no Brasil deverá ter um déficit de 600 mil toneladas, volume menor dos que observados em 2007 e 2008, quando cotações registraram boas valorizações. "Neste ano, mercado deve se manter firme e altista, mas preços podem oscilar," garante.
A primeira safra de carioca, teve déficit de 380 mil toneladas. De acordo com dados do Governo, a segunda safra – que está sendo colhida agora – deverá ter 75 mil toneladas a menos e a terceira safra, poderá ter ser até 150 mil toneladas menor devido à seca no nordeste.
O Paraná atrasou o plantio da sua segunda safra. Segundo informações divulgadas ontem (15) pela Secretaria de Agricultura do Estado, 16% das lavouras estão em floração, 45% em frutificação e 39% em maturação. “A safra do PR ainda é suscetível a perdas de produtividade em função das frentes frias que agora devem se intensificar e as horas menores de sol, favorecendo um agravamento no quadro de abastecimento interno”, afirma o analista.
Feijão Preto – Brasil depende de safra da Argentina e da China, sendo que está última, ainda possui um saldo a ser exportado, mas deve atender à demanda do México que deverá importar 100 mil toneladas este ano. Enquanto isso, a Argentina tem saldo pequeno do ano passado devido à valorização do dólar e à escassez do produto.
Em 2011, Brasil recebeu 130 mil toneladas de feijão preto da Argentina. No entanto, este ano a seca no plantio e agora as chuvas na colheita devem diminuir a estimativa inicial de 60 mil toneladas. “Preço do feijão preto vindo da Argentina ficará acima dos US$850 e, durante o segundo semestre, a situação pode se agravar quanto ao abastecimento. Além disso, área de feijão chinês é menor este ano em função da concorrência com o milho, destinado à alimentação de suínos no país.
Feijão Caupi – Existe atualmente concentração de oferta que leva os preços ao redor de R$50 para produtor no Mato Grasso. No entanto, possibilidades de exportações para a Índia e Egito são boas e devem favorecer cotações nos próximos 60 dias. Variedade não demanda grandes investimentos em tecnologia, reduzindo custos de produção.
Por: Ana Paula Pereira
Fonte:
Notícias Agrícolas