DA REDAÇÃO: Clima favorável nos EUA e boatos na China pressionam forte as cotações dos grãos em Chicago nesta terça-feira (23)

Publicado em 23/07/2013 17:11 e atualizado em 23/07/2013 19:33
Soja: boatos sobre a liberação dos estoques governamentais na China e mais clima favorável às lavouras nos EUA dão tom negativo ao mercado em Chicago.

O mercado internacional de grãos registrou um pregão de fortes baixas na Bolsa de Chicago, nesta terça-feira (23).  As perdas mais intensas foram registradas pela soja, com o vencimento agosto/13 perdendo mais de 50 pontos. O contrato terminou a sessão valendo US$ 14,62 por bushel. As demais posições perderam quase 30 pontos. O mercado foi pressionado, segundo analistas, por uma combinação de fatores. 

De acordo com o analista de mercado da PHDerivativos, Pedro Dejneka, uma intensa realização de lucros pesou sobre as cotações, principalmente nos vencimentos mais próximos, quando na última sessão haviam registrado intensa alta. "Muita gente entrou no spread nos últimos dias - comprando o contrato agosto e vendendo o novembro - e agora estão tendo que liquidar o spread, fazendo exatamente o oposto", disse. 

Além disso, boatos de que a China estaria vendendo cerca de 3 milhões de toneladas de soja de suas reservas internas também  pressionaram as cotações no dia, principalmente no mercado interno norte-americano. "O prêmio aqui nos Estados Unidos está despencando com a notícia, e por isso temos a soja para agosto com tanta pressão, devolvendo os ganhos de segunda-feira (22)", afirmou Dejneka. 

Segundo o analista, com as altas do dia anterior, os produtores norte-americanos voltaram às vendas com o que ainda resta da safra velha, aproveitando os bons preços do mercado interno que registraram níveis historicamente altos. Porém, frente a esse movimento de venda por parte dos produtores, os prêmios acabaram cedendo de 20 a 50 pontos nos EUA. 

Do outro lado, o que continua exercendo muita influência para os contratos de mais longo prazo são as previsões climáticas mais favoráveis para o desenvolvimento das lavouras norte-americanas. Mapas meteorológicos, tanto o americano quanto o europeu, indicam chuvas periódicas para os próximos 10 dias nas importantes áreas produtoras dos EUA. Dejneka avalia que pressão baixista deve continuar nos negócios de outubro para frente diante dessa melhora climática e aconselha ao produtor cautela nas vendas futuras até o mês de outubro, pois o mercado deverá reagir ainda com muita volatilidade.

 

Por: Aleksander Horta e Juliana Ibanhes
Fonte: Notícias Agrícolas

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