DA REDAÇÃO: Soja – Números do Crop Tour e condições climáticas devem determinar direção do mercado internacional de grãos
O mercado internacional de grãos opera do lado negativo da tabela no pregão regular desta quinta-feira (22). Por volta das 15h31 (horário de Brasília), as principais posições da soja registravam perdas entre 9,50 e 16,00 pontos. No caso do milho, as baixas eram de mais de 18 pontos nos principais vencimentos. Os futuros do trigo também apresentavam quedas de mais de 8 pontos em todos os contratos.
As chuvas que caíram no meio-oeste norte-americano pesam sobre as cotações futuras negociadas na Bolsa de Chicago. O analista de mercado da New Edge, Daniel D’Ávilla, explica que as precipitações foram razoáveis, mas influenciaram negativamente os preços futuros.
Além disso, a alta do dólar índex também contribui para pressionar para baixo as commodities. “O dólar tem uma relação inversa aos preços das commodities, quando a moeda está forte, o pessoal acaba vendendo no mercado. Tem também os números da economia chinesa, que vieram em 50,1 pontos, indicando um crescimento econômico do país”, afirma D’Ávilla.
Paralelo a esse cenário, os números iniciais do Crop Tour Pro Farmer apontam uma produção maior de milho e uma redução na soja no estado de Minnesota. Na visão do analista, o relatório completo, que deverá ser anunciado nesta sexta-feira (23), deve determinar a direção do mercado, juntamente com as condições climáticas.
“E vale lembrar que a soja norte-americana foi semeada com duas semanas de atraso, em função das adversidades climáticas. Então, a primeira semana de setembro será importante em termos de clima, pois se tivermos chuvas no final desse mês será essencial para a produção do país”, ressalta o analista.
Entretanto, a temperatura no meio-oeste dos EUA está abaixo da normalidade e como a safra foi cultivada mais tarde, podem acontecer geadas no início da colheita. Situação que, segundo o analista, tende a comprometer a produtividade das lavouras.
Por outro lado, a demanda segue firme, especialmente por parte da China. Atualmente, a nação asiática tem se abastecido de soja brasileira e argentina. Nos EUA, a demanda pela safra velha é quase inexistente ou voltada para o esmagamento no mercado interno norte-americano. “Existe uma demanda por safra velha, mas é pequena em relação ao que já foi no início do ano”, relata D’Ávilla.
Frente a esse quadro, o analista orienta que os produtores brasileiros negociem a safra aos poucos, uma vez que, independente do tamanho da safra norte-americana, existe a pressão de preços sazonal no período de colheita. “A demanda sai do Brasil e migra para os EUA, quando tem essa mudança temos uma queda nos preços da soja. Já na safra nova, com os atuais patamares e com previsão de aumentar os estoques mundiais os produtores devem ir vendendo aos poucos”, finaliza D’Ávilla.