DA REDAÇÃO: Chicago – Mercado passa por correção técnica e soja opera com leve alta
Após três pregões em queda, os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago operam em alta nesta terça-feira (24). Por volta das 15h53 (horário de Brasília), as principais posições da commodity exibiam ganhos entre 3,50 e 4,75 pontos. Em contrapartida, no mesmo horário, as cotações futuras do milho registravam perdas de pouco mais de 4 pontos nos principais contratos.
Para o consultor de mercado da Safras & Mercado, Flávio França, o mercado passa por uma correção técnica hoje. O movimento é decorrente do relatório de condições das lavouras norte-americanas do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), divulgado nesta segunda-feira, que mostrou estabilidade nas condições boas e excelentes das plantações de soja em relação à semana anterior.
O mercado esperava uma melhora no índice das plantações de soja, devido às chuvas da semana passada em toda a região produtora dos EUA. No caso do milho, o departamento norte-americano reportou uma melhora em torno de 2% nas condições das lavouras.
“O sentimento é de que as chuvas tenham vindo tarde demais na soja. Preferiria não considerar a alta de hoje como uma tendência, já que temos o início da colheita, cerca de 3% da área da oleaginosa já foi colhida até o momento. Nos últimos anos, o percentual era de 9%, há uma lentidão, mas a entrada física do produto no mercado impede uma recuperação nos preços no curto prazo”, explica França.
Por outro lado, os primeiros números de produtividade para o milho mostram resultados acima do esperado pelo mercado. E diante desse cenário, a expectativa é que no próximo relatório de oferta e demanda, que será divulgado em outubro, o órgão revise para cima as projeções para tanto para a produção quanto para a produtividade do cereal no país.
Em contrapartida, no caso da soja, como o percentual colhido é baixo ainda não há um consenso. O USDA trabalhava com a estimativa de uma produção de soja de 86 milhões de toneladas, já as previsões de consultorias privadas apontam para uma safra desde 84 milhões de toneladas até 88 milhões de toneladas.
“Tem gente dizendo que a safra não é tão ruim, mas um fator significativo é que as lavouras pararam de piorar e existe uma estabilidade daqui pra frente em termo de safra, pois o que tinha que perder já perdeu. E agora na colheita poderemos ter uma avaliação melhor, o que tinha que dar na safra dos EUA já deu, a menos que haja uma surpresa no próximo relatório do USDA”, destaca o consultor.