DA REDAÇÃO: Governo tenta aprovar taxa de 9% sobre exportações da soja e pede a proibição de 9 defensivos agrícolas
O produtor brasileiro recebeu duas notícias frustrantes nesta quarta-feira (26). O Ministério Público Federal está pedindo a suspensão de 9 defensivos agrícolas - como o glifosato, paraquat e 2,4-D. Além disso, o governo está colocando uma emenda em uma medida provisória que implica em uma taxa de 9% sobre a exportação da soja.
De acordo com Glauber Silveira, presidente da Aprosoja, se aprovadas, as medidas inviabilizariam as atividades do setor. “A emenda já está no Congresso e estamos com a frente parlamentar, com os deputados que defendem o agronegócio brasileiro, tentando tirar de pauta a votação desta emenda, que tenta cobrar PIS e Cofins sobre a soja exportada”.
Silveira lembra que o produtor brasileiro já precisa arcar com os altos custos de logística e transporte de seu produto, portanto, uma taxa de 9% inviabilizaria a produção de soja no país. “Temos o custo mais alto do mundo para exportar nossa soja e ainda vamos ter uma taxação de 9%, isso quer dizer que quebrou nossa produção”. Ele destaca que hoje, 50% da soja brasileira é exportada de forma direta. “Nós estamos falando do governo tirar do bolso do produtor praticamente 5 milhões de toneladas, o que é um absurdo”.
A Lei Kandir, que isenta de tributos os produtor exportados, segundo Silveira, é a única coisa que compensa a falta de logística adequada do país, portanto, acabar com seus benefícios seria “jogar contra o próprio patrimônio do Brasil”.
Proibição de defensivos
A proibição de importantes defensivos agrícolas, segundo Glauber Silveira, pode ser uma medida ainda pior para o produtor brasileiro. “Se o governo tirar, o impacto que teremos na receita de produção quebra a soja... São questões extremamente graves e preocupantes”.
Silveira afirma que a medida teria um impacto negativo em mais de 1.800 municípios que produzem soja no Brasil. “Eles não tem ideia do que estão querendo fazer”.