DA REDAÇÃO: Autorização de importação de milho brasileiro pela China é a notícia do ano para o setor, afirma analista
A autorização das importações do milho brasileiro pelo governo chinês, segundo o analista Carlos Cogo, da Consultoria Agroeconômica, “é a grande notícia do ano para o mercado exportador e produtor de milho no Brasil”.
Cogo explica que o acordo entre os dois países, feito no dia 31 de março, mas só divulgado hoje (8), abre um novo precedente para a agricultura brasileira. “A China já é o nosso maior comprador de soja e de açúcar e pode, em breve se tornar o nosso maior comprador de milho também”.
Os impactos positivos nos preços provavelmente ainda não serão sentidos nesta safrinha, mas serão importantes a longo prazo. “Neste ano safra, nós já temos uma sustentação garantida até em função do ajuste entre oferta e demanda, redução dos estoques e bom movimento de exportação tradicional sem China, já agosto em diante... Acho que o grande impacto será em 2015, quando a China estiver com importações entre 8 e 10 milhões de toneladas e o Brasil poderá contribuir com uma boa parte disso”.
O Brasil é hoje o segundo maior exportador de commodities do mundo, já passou a Argentina e a Ucrânia, segundo Cogo.
Outra informação bastante aguardada pelo mercado é o relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) de oferta e demanda, que trará também números sobre o tamanho dos estoques dos Estados Unidos. Cogo afirma que a confirmação de estoques aperados para a soja deve ajudar a sustentar os preços. “Eles precisam elevar o volume de importações de soja brasileira para ajustar este número de exportação”.
O momento também é bom para a compra de insumos, segundo Cogo, pois o dólar registrou queda nos últimos dias. “O grupo de defensivos e fertilizantes deve ser protegido imediatamente, dentro deste semestre deve ser adquirido todo o pacote tecnológico da safra 2014/15”.