DA REDAÇÃO: Aprovação do aumento do etanol na gasolina precisa ser urgente
Para tentar minimizar as perdas das indústrias e produtores do setor sucroenergético, o governo federal deverá se reunir, na próxima semana, para discutir o aumento do etanol anidro na gasolina, que poderá passar dos 25% atuais para até 27,5%, como deseja o segmento. A MP (Medida Provisória) que pode fazer essa alteração tem necessidade de ser aprovada rapidamente para que os efeitos da resolução atinjam ainda a atual safra.
Antes de aprovar a mudança, o governo federal vem utilizando órgãos competentes para avaliar se a alteração poderá causar prejuízos aos automóveis. Segundo Júlio Maria Borges, diretor da Job Economia, esse cuidado é desnecessário. “Na prática, quando o álcool anidro está com um preço baixo em relação à gasolina, ele já aumenta essa mistura e não acontece nada com o veículo”, falou Borges.
Segundo Tarcilo Rodrigues, diretor-executivo da Biogência, a lei atualmente estabelece uma banda de no mínimo 18% e máximo de 25% na mistura de etanol anidro na gasolina. Qualquer mudança, tem de ser feita através da alteração da lei, que pode ser feita através de uma medida provisória, o que está na mão do governo”, disse Rodrigues.
Segundo o diretor, há urgência caso seja aprovada essa alteração. “A safra tem um período e estamos em processo de moagem. Ou seja, ainda dá tempo de reverter a produção, reduzindo um pouco de açúcar e aumentando a oferta de álcool anidro para atender esse novo índice de mistura. Isso tem de ser feito nos próximos 30, no máximo 60 dias”, afirmou.
Para o consumidor, a medida também deve ser muito positiva. A expectativa de queda do valor do produto na bomba é de 1,5%. “O setor está preparado para atender essa demanda. Isso deve reduzir a oferta do açúcar, o que deve melhorar os preços internacionais, e reduz a necessidade de importação da Petrobras”, acredita Rodrigues.
Para Júlio Borges, a medida ajuda, mas não resolve os problemas do setor. Tarcilo Rodrigues acredita que a mudança será aprovada e que ela só trará benefícios. “Não há nenhum ponto negativo para fazer essa mudança. O setor, que é importantíssimo para o país e emprega muita gente, precisa se recuperar. É o começo de um processo”, concordou.