DA REDAÇÃO: Café – Instalação de nova fábrica da Nestlé no Brasil abre discussão sobre drawback

Publicado em 20/08/2014 13:16 e atualizado em 20/08/2014 18:04
Café: A Nestlé planeja instalar no Brasil fábrica de 180 milhões para produzir blends especiais. A multinacional pretende plantar variedades internacionais no País e importar café de outros países até o início da produção. Os cafeicultores brasileiros são contra a instalação e alegam que o valor do investimento é pequeno em relação ao risco da concorrencia externa.

A possibilidade da instalação da fábrica de cafés especiais da Nestlé no Brasil abre as discussões sobre um tema polêmico, o drawback do café. A empresa faria um investimento de 180 milhões de dólares e plantaria em solo brasileiro três mil pés de café de diversas variedades de outros países.

No entanto, o que mais desagrada os produtores brasileiros é que até o início da produção de cafés diferenciados(que compõem o blend da bebida produzida pela empresa)a Nestlé precisaria importar esses cafés especiais, realizando o chamado drawback: importação de um produto presente no País, o que não é autorizado no Brasil. Porém, o governo já trabalha a ideia de abrir uma exceção à multinacional.

O Presidente da Associação dos Sindicatos Rurais de Café e Leite (Sincal) , Armando Matielli, é contra a instalação da fábrica, caso o drawbak seja autorizado. “O valor de 180 milhões de dólares aplicados na fábrica é ínfimo perto da nossa produção. A cafeicultura é totalmente contra a importação de café de qualquer espécie porque nós produzimos hoje no Brasil mais de 200 espécies de cafés que são suficientes para supri qualquer tipo e qualidade desejada”.

Para Matielli, a empresa deve valorizar a cafeicultura do País com treinamentos e investimentos, mas não realizar o drawbak. Caso contrário, a instalação da empresa no México seria a melhor opção.

“Se a Nestlé quer produzir o café do jeito que ela exige, ela precisa dar assistência e gerar empregos para os trabalhadores rurais. Plantar café no Brasil é um ótimo negócio, importar café para o Brasil é um péssimo negócio”, disse o Presidente do Sincal em entrevista ao programa Mercado & Cia, apresentado por João Batista Olivi.

Por: João Batista Olivi // Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Terceira geração de família de agricultores deixa raízes no RS e parte para abrir terras em Juína, no Mato Grosso
Campeão do “Melhor História de um Agricultor” quis que sua história fosse exemplo para outras pessoas
Finalista do “Melhor História de um Agricultor” destaca honra e responsabilidade de contar história da família
Em Laguna Carapã/MS, lavouras de milho safrinha já devem registrar perda de produtividade depois de 15 dias de seca
Chuvas irregulares já interferem no potencial produtivo da safra de soja no RS mas produção ainda pode ser recorde no estado