DA REDAÇÃO: Com término do vazio sanitário, produtor de Cândido Mota (SP) aguarda chuvas para iniciar o plantio da soja

Publicado em 18/09/2014 11:18 e atualizado em 18/09/2014 15:32
Safra 2014/15: Em Cândido Mota (SP), produtores aguardam chuvas para iniciar o plantio da soja. Área destinada ao grão deve permanecer a mesma da safra anterior. Já a comercialização antecipada continua lenta e primeiros contratos giram em torno de R$ 50,00. No caso da safrinha de milho, apenas 40% foi comercializada e preços recuaram de R$ 24,00 para R$ 16,00.

Com o término do vazio sanitário, na última segunda-feira (15), os produtores rurais de Cândido Mota (SP) aguardam as chuvas para dar início do plantio da soja da safra 2014/15. As previsões climáticas já indicam precipitações para o final de semana, em torno de 30 mm, entretanto, devido ao longo de período de estiagem, os agricultores deverão esperar até o final da próxima semana, uma vez que a perspectiva é que a chuva seja mais volumosa, entre 60 até 80 mm.

O clima ainda é uma preocupação dos produtores rurais, conforme destaca o presidente do Sindicato Rural do município, João Antônio da Motta. “Aqui na região temos alguns poços dos agricultores que já secaram uma situação preocupante”, destaca. Já em relação à área cultivada, a perspectiva é que seja próxima a da safra anterior, mas, assim como em outras importantes regiões produtoras, o milho deve perder espaço para a oleaginosa.

“Há muitos anos nós plantamos quase toda a área com a soja e o milho fica para a safra de inverno. Porém, nesta safra, os poucos que ainda investiam no cereal não irão cultivar o grão, praticamente será extinto o cultivo do milho na nossa região. Principalmente, devido aos altos custos de produção e os preços mais baixos”, sinaliza Mota.

Comercialização da soja 

Assim como em outras importantes regiões produtoras, em Cândido Mota, os produtores estão mais cautelosos e poucos negócios foram feitos até o momento. O presidente destaca que os preços em patamares mais baixos têm desestimulado os agricultores. E os primeiros contratos giram em torno de R$ 50,00 a saca de soja para a safra 2014/15. 

“Mas, hoje não temos uma referência. Teremos que esperar que o clima contribua para uma boa produtividade e o produtor deverá tomar cuidado para não ter prejuízo nesta temporada. Atualmente, no mercado físico, o valor da saca de soja é de R$ 54,00, porém, são poucos os agricultores que ainda têm o produto para fazer a negociação”, ressalta Mota.

Safrinha de milho

Com o final da colheita de uma boa safrinha de milho, a preocupação é com a comercialização do produto. A expectativa é que, até o momento, apenas 40% da produção da região tenha sido negociada. Os produtores que conseguiram travar os negócios receberam, em média, R$ 24,00 pela saca do produto, valor bem acima do registrado atualmente, de R$ 17,20, mas com os descontos, o preço pago ao produtor é de R$ 16,00 pela saca do grão.

“É um cenário preocupante, pois não há perspectiva de melhora e temos os custos com armazenagem, que não são baratos. Um momento muito delicado, ainda temos 60% da safra para ser negociada e as empresas e cooperativas estão lotadas com o milho. E, nesse momento, precisamos comprar insumos para a próxima safrinha”, afirma o presidente do sindicato.

Diante desse quadro, mota destaca que, poderá haver uma redução na área destinada ao milho no próximo ano. “Talvez, os produtores invistam em adubação verde para recuperar a terra. Com o milho não temos renda e temos que pagar os investimentos feitos nessa safra”, completa.

Cana-de-açúcar

Na localidade, os agricultores também investem no plantio da cana-de-açúcar, no entanto, com o momento enfrentado pelo setor, parte dos agricultores que renovaram os canaviais irá migrar para o cultivo da soja. 

“Temos sorte, uma vez que aqui na região, as empresas ainda estão sólidas, porém, está difícil cobrir os custos de produção. A situação é decorrente da falta de política para o setor e faz com que os agricultores pulem de galho em galho. Precisamos de uma atenção especial do próximo Governo”, finaliza Mota. 

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Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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