Café: Pequenos produtores temem falta de renda em 2015

Publicado em 04/11/2014 10:31 e atualizado em 04/11/2014 11:45
Os cafeicultores das principais cidades produtoras sofrem com quebra na safra a cada ano. Em 2015, estima-se que a queda de produção seja em torno de 50% e com isso reflexos na renda do próximo ano serão inevitáveis. Executivos do setor já se movimentam para que medidas do governo sejam tomadas.

Os cafeicultores das principais cidades produtoras sofrem com os preços baixos na safra atual. Alguns preferem segurar a produção para aproveitar picos de alta e guardar o café para o próximo ano.

Segundo o presidente da Sincal, Armando Matielli, o prejuízo para a safra de 2015/16 deve ser de 50% e os pequenos produtores já temem falta de renda para o próximo ano.

A principal florada chegou neste final de semana no cinturão produtivo, mas mesmo assim a realidade não mudou. A seca perdura desde o início do ano no cinturão produtivo e algumas flores apresentam deformações devido ao déficit hídrico e as altas temperaturas.

>> Principal florada do café é registrada no cinturão produtivo

"A floração está desigual e pequena, muitas lavouras não floriram e lavouras novas optaram pela vegetação e não pela florada", afirma Matiell. A florada do café chegou tarde, segundo fisiologistas o mês de novembro seria o período inicial de formação do chumbinho. “É uma das piores floradas que já vi”, ressalta.

Na região da Sincal, que fica em Espírito Santo do Pinhal-MG, a chuva está irregular, mas já começa a dar indícios de que deve ser mais consistente nos próximos dias e isso pode ser prejudicial, diz Matielli. Em chuvas de granizo ou com muito vento as flores podem cair dos cafezais reforçando ainda mais o medo dos cafeicultores de que o desenvolvimento da florada seja ruim.

"O ‘pegamento’ dessa florada será ridículo, as flores estão caindo. A safra para o ano de 2015 será muito pequena", diz.

Os cafeicultores sabem que a safra do próximo ano será ruim e já se movimentam para que medidas do governo sejam tomadas. Segundo Matielli, há o risco de falta de renda para os produtores. Altualmente, cerca de 85% da produção de café em Minas Gerais é realizada por agricultores familiares. "O produtor não vai aguentar três safras seguidas com quebra", diz.

Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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