Café: Mercado tenta se manter firme no Brasil, mas cafeicultores sofrem com aumento dos custos de produção
As bolsas internacionais de café apresentam intensa volatilidade devido à questão climática no Brasil. Nos últimos dias os preços operavam no campo negativo com as chuvas que induziram florada nas principais cidades produtoras.
No entanto, as previsões mais recentes apontam que precipitações regulares não devem ser registradas nos próximos dias e os preços voltaram a subir. Nesta quinta-feira (13), as cotações do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) registram quase 300 pontos de alta.
O analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães afirma que tudo indica que na segunda quinzena de novembro e talvez até na primeira de dezembro, a estiagem voltará a dar tônica do setor produtivo.
“A chuva subiu no mapa e deve atingir o Agreste e o Norte. Mas o Sul e o Sudeste devem voltar a ter temperaturas altas, sem previsão de chuvas representativas e generalizadas”, diz.
No mercado interno, a realidade é um pouco diferente da registrada nas bolsas externas, os preços estão firmes mesmo com a questão cambial. Porém, a maior parte dos produtores se nega a vender a produção pelo preço ofertado.
Para o analista, o produtor está correto e só deve ir ao mercado se precisar fazer caixa. “Neste ano o cafeicultor soube negociar seu café aproveitando os canais de alta, mesmo com uma produção baixa as exportações se mantiveram”, afirma Magalhães.
Porém, segundo o analista, no longo prazo, a alta do dólar pode prejudicar a renda do cafeicultor. “Se não houver uma recomposição de preços do café compatíveis com os aumentos de custos a conta vai fechar no vermelho neste ano”, explica.