Em Erechim (RS), estiagem dura 15 dias, mas ainda não afeta lavouras de milho, que são atacadas pela lagarta do cartucho

Na região de Erechim (RS), a estiagem já dura 15 dias, mas, por enquanto, não afeta o desenvolvimento das lavouras de milho. Entretanto, o aparecimento da lagarta do cartucho nas plantações tem preocupado os produtores rurais. Além disso, a área destinada ao cereal na safra de verão registrou uma redução entre 70% a 80% na localidade. 

Segundo o presidente do Sindicato Rural do município, João Picolli, a situação é decorrente da diferença de preços entre a cultura do cereal e da soja. “Já em relação às chuvas, como as lavouras ainda não estão em fase de pendoamento conseguem aguentar a estiagem. Porém, o surgimento das lagartas é uma apreensão, pois como as plantas estão mais altas devido ao estágio de desenvolvimento, o controle será mais difícil”, destaca.

No caso da soja, os produtores rurais estão finalizando o plantio na região. E o presidente sinaliza que, é preciso que haja precipitações para as lavouras germinarem. Por outro lado, os preços da oleaginosa subiram entre 15% a 20% no mercado disponível recentemente. A situação é reflexo da valorização registrada tanto no mercado internacional, como no câmbio.

“Estamos com valor de R$ 60,00, no mercado disponível e entre R$ 52,00 a R$ 55,00 no mercado futuro. Os agricultores têm feito negócios, já que nesses patamares conseguimos cobrir os custos de produção. No milho, o preço gira em torno de R$ 22,00, cotação baixa e iremos depender da produtividade das lavouras para garantir uma margem positiva”, acredita Picolli.

Trigo

Na cidade, os agricultores já conseguiram finalizar a colheita do trigo. Mas, com o excesso de chuvas, houve perdas tanto na qualidade do cereal, como na produtividade. O rendimento médio das lavouras ficou em 20 sacas por hectare na região. 

“Tivemos o aparecimento do brusone nas plantações e foi muito rápido. E os preços estão mais baixos nesse momento, mas temos muito trigo da safra passada estocado e com essa quebra, acreditamos que poderemos ter uma cotação melhor. A cadeia produtiva tem se reunido, porém, ainda não temos nenhuma medida consolidada para amenizar a situação dos produtores”, finaliza o presidente.