Em Carazinho (RS), chuvas beneficiam lavouras de soja, mas produtores devem estar atentos ao aparecimento da ferrugem asiática
Na região de Carazinho (RS), as lavouras de soja, que estão em fase de enchimento de grãos, apresentam boas condições, já que as chuvas têm sido regulares na localidade. Desde o início do plantio do grão, as precipitações acumulam 680 mm. Por enquanto, a perspectiva é de uma boa produção para essa temporada.
Segundo o vice-presidente do Sindicato Rural do município, Paulo Vargas, os produtores enfrentaram problemas com a queda de granizo e seca localizada, mas, no geral, as perspectivas são positivas para essa temporada. Em contrapartida, o clima, apesar de ser favorável à cultura da oleaginosa, também é propício para o aparecimento das doenças, especialmente a ferrugem asiática.
“Temos as condições ideais para as lavouras e para as doenças. Já temos casos de ferrugem asiática, mas as plantas estão bem protegidas. Os produtores estão atentos e fizeram o trabalho preventivo. Mas tivemos problemas com o ataque das lagartas nas plantas, porém, a situação está bem controlada, o pacote tecnológico tem dado resultado”, afirma o vice-presidente.
Preços
Na localidade, a saca da soja tem sido negociada a R$ 57,00, entretanto, poucos negócios foram feitos nessa temporada. “O produtor ainda avalia se vale a pena arriscar com o dólar ou garantir parte da safra nesse preço. Por outro lado, o produtor terá que fazer muitas contas, uma vez que a próxima safra já terá os custos mais altos, em função da valorização da moeda norte-americana, do diesel e da luz”, destaca Vargas.
Trigo
Devido à falta de politica para o cereal, a expectativa é de redução na área destinada ao grão na safra de inverno. “O produtor veio de uma safra com excesso de chuvas, qualidade e produtividade ruim, então teremos essa redução e o produtor deverá investir em gado ou canola. O trigo seria o carro chefe, mas não tem dado o retorno esperado pelo produtor”, sinaliza.
A saca do trigo é negociada a R$ 26,00 na localidade, valor abaixo do preço mínimo de R$ 33,00 a saca. “E nem com R$ 33,00 conseguimos pagar a contar, os riscos são muito elevados”, completa Vargas.