EXCLUSIVO: Sistema de hedge pode dar mais lucro e segurança ao produtor rural
“Na estratégia de hedge não se trata de perder ou ganhar dinheiro. Quando a gente começa a produzir algo, temos que vendê-lo por um valor acima para obtermos lucro(...)Quando falamos de mercado brasileiro, estimativas dizem que menos de 5% dos produtores trabalham com hedge, nos Estados Unidos, mais de 70% deles trabalham”, explica Tito Gusmão, analista de mercado da XP Investimentos.
Segundo Gusmão, o ideal é trabalhar com operações opostas nos mercados futuro e físico, de forma que haja uma compensação entre os valores negociados nas duas situações. Na bolsa, os preços estão assegurados, enquanto a mobilidade do mercado físico é constante e muito expressiva, e o produtor pode ganhar mais ou perder mais a qualquer momento.
Mercado de opções x Mercado futuro
O mercado de opções ainda é a melhor opção para o produtor rural, pois no mercado futuro há o ajuste diário que deve ser pago. “O futuro mexe um pouco com o psicológico (...) de ter uma contrapartida ruim em Bolsa. Na parte de opções, não há essa contrapartida ruim’, diz o analista.
Tito Gusmão explica ainda que no mercado futuro não é preciso dinheiro para operar os contratos futuros, pode ser deixada uma margem de garantia – que pode ser o CDB de um banco, títulos públicos – e esse dinheiro, que estará reservado, pode voltar para o agricultor. E isso não acontece no mercado de opções. A diferença, no entanto, é com o pagamento do prêmio. “Se estou comprado em um seguro de soja ou uma opção de venda em boi, e o mercado está subindo, eu simplesmente vou perder o prêmio que paguei por essa opção e o mercado subiu”.
No entanto, como a operação de mercado de opções não é muito conhecida, os prêmios ainda são muito altos. A situação, porém, tem sido revertida nos últimos anos e commodities como boi e milho têm um mercado muito forte.