EXCLUSIVO: Ex-ministro Paulinelli avalia condição agrícola brasileira de antes e de hoje
Alysson Paulinelli foi ministro da Agricultura no governo do presidente Ernesto Geisel, de 15 de março de 1974 a 15 de março de 1979 e, antes de tudo, um visionário. Acreditou em grupos de pesquisas capazes de tecnificar e qualificar a agricultura brasileira na década de 1970 e ainda acredita incentivando cada vez mais políticas públicas que levem a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) cada vez mais ao campo. Ajudou na construção da entidade.
<?xml:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />
Em entrevista, o ex-ministro lembra que na década de 1950/60 a população brasileira via-se obrigada a custear com mais de 50% da renda familiar a sua alimentação, em um momento que alarmava falta de alimento no mundo, o país importava muita comida. Juscelino Kubitschek, presidente entre 1956 e 1961, até tentou trazer igualdade entre o campo e a cidade, mas o trabalho da lavoura não fora capaz de sustentar as sociedades brasileiras.
Desde sempre, faltou conhecimento sobre o meio rural, o trabalho agrícola e a produção de alimentos no Brasil por parte dos Governos Federais. A cafeicultura sustentou a economia brasileira, mas até hoje não há recurso ou infra-estrutura suficiente para manter a atividade digna de sua história.
Enquanto ministro, Paulinelli apoiou e viu o crescimento da Embrapa, que hoje tem grande incentivo do atual presidente Lula à participação da entidade nos estudos agrícolas, gerando conhecimentos após 20 anos de esquecimento da empresa para com suas atividades.
“Se o Brasil não assumir uma posição de grande país produtor e der aos seus produtores pelo menos condições iguais aos seus competidores, nós (Brasil) vamos acabar perdendo o mercado (condição de exportador que o país alcançou)”, avalia o ex-ministro. Lembra que a falta de renda do agricultor se dá pela alta tributação e falta de infra-estrutura no país, capaz de retroceder o crescimento do país.
Para ele, é preciso que os candidatos à presidência desta República enxerguem a agricultura como um grande bem para elevar a economia brasileira. Na soma entre conhecimento em agricultura tropical e gestão da terra, Paulinelli alerta que o setor agrícola não é o vilão desta história, mas o guerreiro econômico do Brasil.