DA REDAÇÃO: Produção de trigo no RS sobe 15%, já PR tem quebra de 30% nesta safra

Publicado em 28/10/2011 13:23 e atualizado em 28/10/2011 16:37
Trigo: apesar de o mercado caminhar de lado, com tendência baixista pela disponibilidade do cereal do sul do Brasil e da Argentina, Emater anuncia 15% na produção do Rio Grande do Sul. Novamente a oferta vai exceder a demanda e o Governo precisará intervir com leilões para escoar produção.
Apesar das indefinições nos preços do trigo, a produção no Rio Grande do Sul, segundo maior Estado produtor no Brasil, deve ter aumento de 15% nesta safra, de acordo com informações da Emater.

De acordo com Élcio Bento, analista da Safras & Mercado, o Paraná, principal produtor do cereal, já possui 70% do seu trigo colhido. No entanto, esta safra apresentou quebra de 30% no Estado, devido à redução de 13% da área plantada e 17% em função das geadas do final de junho. Já no Rio Grande do Sul a expectativa é de que o Estado colha 2,1 milhões de toneladas, contra 2,4 milhões do Paraná.

Quanto aos preços, o analista explica que a tendência é de preços mais fracos devido à produção no Paraná e Rio Grande do Sul e à iminência da colheita na Argentina, onde os preços do trigo também seguem em queda, além é claro do cenário macroeconômico afetado pela crise na Europa.

Segundo Bento, os preços do trigo têm encontrado suporte no milho, que hoje vale mais do que o trigo, levando-o a uma maior utilização para a ração animal. “Caso ocorresse uma queda nos preços do milho, a situação do trigo iria se complicar, pois o suporte tem sido o mercado de ração animal”, explica.

No entanto, o Governo deve intervir nos preços, como acontece todo ano, a partir da próxima semana, com a liberação de 150 milhões de reais para leilões de PEP, Pepro e AGF para escoamento desta safra. “A referência para o produtor deve ser preço mínimo garantido pelo Governo, o que vier acima disso é um preço que deve ser aproveita para comercialização.

Trigo Argentino

De acordo com Bento, já é possível encontrar trigo argentino no Rio Grande do Sul mais barato que o trigo brasileiro. Isso acontece por que a produção na Argentina é menos onerosa por fatores climáticos, melhor solo e tributários. “No Brasil, o ICMS do Rio Grande do Sul é de 12%, o que complica a comercialização”, afirma.

O Brasil é hoje um grande exportador e importador de trigo. O cereal produzido em solo brasileiro vem melhorando em qualidade desde 1990, quando foram abertas as exportações do cereal, conclui o analista.

Por: João Batista Olivi e Ana Paula Pereira
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Terceira geração de família de agricultores deixa raízes no RS e parte para abrir terras em Juína, no Mato Grosso
Campeão do “Melhor História de um Agricultor” quis que sua história fosse exemplo para outras pessoas
Finalista do “Melhor História de um Agricultor” destaca honra e responsabilidade de contar história da família
Em Laguna Carapã/MS, lavouras de milho safrinha já devem registrar perda de produtividade depois de 15 dias de seca
Chuvas irregulares já interferem no potencial produtivo da safra de soja no RS mas produção ainda pode ser recorde no estado