Preço mínimo para o feijão preto reduz quase 20% e carioca recua 2%. Medida pode desestimular produção da próxima safra

Publicado em 19/07/2017 14:29
Redução do preço mínimo dos feijões preto e carioca pode desestimular plantio na próxima safra, alerta Ibrafe. Setor não foi consultado sobre a medida publicada nesta quarta-feira (19)

Hoje (19) pela manhã, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) divulgou no Diário Oficial da União a nova tabela dos preços mínimos para a safra de feijão. O feijão preto teve uma queda de 19,03%, saindo de R$94,80 para R$76,50 e o feijão carioca perdeu 1,94%, saindo de R$84,60 para R$82,96.

Marcelo Eduardo Lüders, presidente do IBRAFE aponta que esses preços estão desconectados da realidade do abastecimento de feijão no Brasil. Sem levar os custos de produção em conta, a notícia pode comprometer a safra de feijão.

"O governo está diminuindo, e muito, o valor do preço mínimo", destaca Lüders. O fator foi considerado uma surpresa para o setor e pode influenciar, nos próximos meses, a decisão do produtor.

O custo de produção fica bem aquém dos preços mínimos estipulados. Os preços atuais já não eram atraentes. Isso pode ocasionar uma estimulação na importação de feijão da Argentina para atender o consumo interno.

Não houve consulta ao setor, como salienta o presidente, dado que os preços não batem com a realidade dos produtores brasileiros.

Lüders destaca que isso mostra, cada vez mais, que é preciso fortalecer os setores do feijão, como o IBRAFE, além da criação de um Conselho Nacional do Feijão.

Por: Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

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