Regularização da oferta de milho pode ocorrer nos próximos 60 dias e suspensão de PIS/COFINS na importação do cereal daria fôlego ao setor

Publicado em 04/04/2016 13:21
Indústrias que tem menos de 30% de participação nas exportações correm o risco de fechar as portas

Responsável por 70 a 80% da composição da ração animal, o milho tem trazido preocupação para os produtores de aves. O recorde nas exportações de milho em 2015 reduziu os estoques do grão para o atual período de entressafra. A demanda interna chegou e os preços já dispararam mais de 70%. Em uma reação em cadeia, o custo da alimentação animal subiu e se tornou o principal entrave do setor.

Embora a avicultura venha alcançando bons resultados neste ano, com exportações registrando em março o segundo melhor resultado mensal acompanhado pela Secex (Secretaria de Comércio Exterior) - 403,4 mil toneladas de produtos in natura, salgados, embutidos e processados - a dificuldade de repassar as altas no preço interno aperta a margem dos produtores.

"Embora as outras proteínas estejam em preços mais elevados, nos não conseguimos repassar a alta nos custos em função da situação econômica que atravessa o país", explica o presidente do Sindiavipar (Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná), Domingos Martins.

Segundo ele, as empresas que tem menos de 30% de suas atividades destinadas as exportações já amargam prejuízos. Para as demais, as vendas externas ainda dão suportes para que as margens continuem positivas.

A alta do preço do milho no comércio brasileiro e a diminuição dos estoques públicos nas regiões consumidoras impulsionaram as cadeias produtivas a discutir medidas emergenciais para abastecer o mercado com preços acessíveis e, assim, reduzir prejuízos.

Neste sentido, o Ministério da Agricultura enviou ao Ministério da Fazenda proposta de isenção do PIS/COFINS para a importação do grão, o que representaria um impacto positivo de 1,7% a 2% nos custos de produção.

"Esse fator ainda é viável porque tira a pressão sobre o setor. Mas, é difícil entender como o governo não se atentou para os grandes volumes das exportações. É meio estranho irmos buscar no vizinho, sendo que tínhamos aqui", ressalta Martins.

Outro fator que poderá aliviar o setor avícola do país é o ingresso da safrinha, que segundo o presidente, deve começar a chegar ao mercado nos próximos 60 dias.

Por: Aleksander Horta e Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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