Apesar da alta nos preços dos suínos na última semana, produtor continua no vermelho após elevação do farelo de soja

Publicado em 25/05/2016 13:38
Em Santa Catarina o custo para produzir um quilo de suíno supera os R$ 4,00 enquanto produtor, com as altas da última semana recebe R$ 3,20

Embora as cotações do suíno vivo no mercado independente venham mostrando recuperação nas duas últimas semanas, os produtores ainda amargam prejuízos com o alto custo de produção.

Em Santa Catarina, o presidente da ACCS (Associação Catarinense dos Criadores de Estado) afirma que os suinocultores estão trabalhando no vermelho após alta de R$ 2,00 por saca de milho e R$ 300,00 na tonelada do farelo de soja.

"Os custos na região está acima dos R$ 4,00/kg enquanto que o preço de comercialização nesta semana está em R$ 3,20/kg", explica Lorenzi.

O presidente lembra que a cadeia suinícola do país ainda não conseguiu se recuperar da crise do setor em 2012 e, enfrentar novas dificuldades de produção e capitalização poderá inviabilizar a atividade em alguns casos.

A baixa disponibilidade do milho tem sendo alertada pelo setor de granjeiros desde meados do segundo semestre de 2015, quando o país começou a exportar volumes recordes. A expectativa era de que com a chegada da oferta de segunda safra o abastecimento se normaliza-se, no entanto, problemas climáticos causaram quebras que podem superar os 9 milhões de toneladas.

Contudo, para Lorenze ainda "há muito milho ainda disponível, mas a oferta está nas mãos de traders e especuladores que querem elevar o preço do cereal", considera.

O presidente alerta ainda que a alta do cereal vem trazendo consequências para a cadeia, com indústrias e produtores encerrando as atividades. Portanto, não são descartadas reduções na demanda interna pelo cereal no médio e longo prazo.

Assim, a Associação estima que "nos próximos 50 dias o milho recue desses patamares elevados, quando a oferta da safrinha ingressar no mercado", conta. O problema, segundo eles, é que muitos produtores não conseguiram bancar os custos neste período, correndo risco de sair da atividade.

Por: Aleksander Horta e Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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