Agroceres avalia situação favorável para o mercado de suínos com alta produção de milho e soja

Publicado em 16/02/2017 11:45
Agroceres avalia situação favorável para o mercado de suinos com alta produção de milho e soja
Confira a entrevista de Fernando Antônio Pereira - Diretor Superintendente da Agroceres

Ao contrário do ano passado, o cenário dos custos de produção se desenha mais favorável à cadeia de proteínas animais, já que as expectativas são de preços bastante atrativos no milho e soja, com produções recordes.

A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) estima que o Brasil deva produzir nesta safra algo em torno de 87,4 milhões de toneladas, sendo 28,8 milhões de toneladas para a primeira safra e 58,5 milhões para a segunda.

É claro que todo esse volume ainda depende do andamento da safrinha, que se tornou nos últimos anos o grande período de produção de milho no Brasil. Conforme destaca o diretor superintendente da Agroceres, Fernando Antônio Pereira, ao que tudo indica as condições de clima serão favoráveis ao desenvolvimento da segunda safra, garantindo o abastecimento no Brasil.

Na BM&F o futuro do milho, março/17, gira em torno de R$ 34 a saca no andamento desta quinta (16), enquanto que o setembro/17 é negociado a R$ 31/sc. Já o indicador Cepea/Esalq fechou na quarta (15) cotado a R$ 36,04/sc. Queda de 0,88% na comparação com dia anterior e, 0,99% menos há um mês.

Mas, Pereira ressalta que os preços do milho devem ganhar um direcionamento efetivo após a confirmação do desenvolvimento da safrinha no Brasil e o plantio da safra nos Estados Unidos, cujo plantio iniciará no próximo mês. "O grande desafio, no caso do produtor de milho, estará no desempenho das exportações neste ano,  já que temos essa estimativa de grande oferta", diz Pereira.

"Por outro lado, neste momento existe uma tendência de cultivar mais soja na safra 2017/18 dos EUA, significando que a área plantada de milho poderá ser encurtada, dando sustentação aos preços", lembra o diretor.

Para soja a estimativa da Conab é de que a produção alcance 105,6 milhões de toneladas, contra os 35,4 milhões da safra 2015/16. No cenário global a projeção de crescimento na casa de 7,8% segundo dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, sigla em inglês).

"Hoje não temos nenhum fator forte para esperar uma reversão drástica no suprimento de grãos, exceto pela possibilidade da política interferir no câmbio", diz Pereira.

O diretor lembra que na safra 2015/16 a desvalorização do real frente ao dólar - influenciada pelas questões políticas - elevou as projeções de exportação brasileira, prejudicando o abastecimento interno.

Também relacionado à política e economia, os suinocultores esperam recuperar os níveis de consumo interno para garantir um cenário positivo neste ano. A Agroceres "trabalha com expectativa de retomada da demanda somente no segundo semestre, mas ainda muito modesta".

De forma geral, a expectativa é de que os produtores contem com uma queda importante nos custos de produção, ligeira alta na demanda, exportações seguindo em bom ritmo e margens dos produtores em recuperação.

Por: João Batista Olivi e Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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