Há motivo para entrar na OMC contra a UE por barreiras ao frango, mas só iria piorar com “credibilidade” brasileira em xeque

Publicado em 19/04/2018 10:49
Mesmo que o desdobramento da Carne Fraca tenha atingido uma empresa, a BRF, o Brasil demorou para tomar medidas concretas. Haveria, portanto, reincidência, ainda que o protecionismo europeu seja fato e que as questões técnicas exigidas são totalmente duvidosas, assim como ocorre com suínos e bovinos.
Pedro de Camargo Neto - Vice Presidente SRB

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Disputa Comercial com a UE com Pedro de Camargo Neto - Vice Presidente SRB

 

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Pedro de Camargo Neto, vice-presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), conversou com o Notícias Agrícolas nesta quinta-feira (19) para debater a disputa comercial entre o frango brasileiro e o frango da União Europeia. Uma reunião está sendo realizada em Bruxelas, sede do bloco, desde ontem (18) para decidir se o embargo à BRF e mais oito empresas será mantido.

Contudo, o Brasil, tendo ou não o embargo, pretende entrar na Organização Mundial do Comércio (OMC) para denunciar a situação, algo que Camargo Neto considera "inoportuno" para o momento, já que o país vive uma crise de credibilidade "que não vai ser resolvida com o contencioso".

Ele lembra que existe uma série de restrições passíveis a diversos produtos de proteína animal e que não faltam motivos. Uma entrada na OMC abria caminho para a União Europeia expor ainda mais as coisas que deram errado no Brasil. Para ele, o momento é de "parar de errar, consertar os erros e firmar a credibilidade".

Camargo Neto salienta que, historicamente, o Brasil possui boas relações com os europeus e está avançando nessas negociações. O ideal, para ele, seria que representantes do bloco viessem ao país em nova missão para verificar as mudanças, uma vez que o protecionismo sempre irá existir.

 

Por: Giovanni Lorenzon e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

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