Em SP, preço da @ do suíno vivo empata com os custos de produção

Publicado em 23/03/2020 17:28 e atualizado em 24/03/2020 09:50
Incertezas em relação ao consumo, devido ao isolamento social pela pandemia de Covid-19 preocupa o setor; logística para obter insumos veterinários e para alimentação também é desafio.
Valdomiro Ferreira - Presidente APCS

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Entrevista com Valdomiro Ferreira - Presidente APCS sobre o Mercado de Suínos

 

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Os preços do suíno no estado de São Paulo estão sofrendo pressão nesta segunda-feira (23), de acordo com o presidente da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS), Valdomiro Ferreira. De acordo com ele, o preço de venda da arroba do animal vivo, em comparação aos custos de produção atuais estão praticamente "empatando".

Segundo Ferreira, nesta semana, o preço da arroba suína na bolsa Paulista está em torno de R$ 108 a R$ 110, e os principais insumos para alimentação dos animais, farelo de soja e milho, estão na faixa de R$ 1700 a tonelada e R$ 58 a saca de 60kg, respectivamente.

"Estando a saca de milho a R$ 58, farelo de soja a 1.700 a tonelada, em relação a uma produtividade de 28 animais terminados porca/ano, o custo é de R$ 110 a arroba, e hoje, praticamente estamos vendendo neste valor. Neste exato momento, está empatando" afirma.

"O farelo de soja está com posição fora de qualquer curva na história, com propostas para retirar fora do estado já com preço acima de R$ 1900 a tonelada. Isso jamais foi visto, e está impactando o custo de produção" afirma.

Além dos insumos para alimentação, também preocupa a compra de outros produtos utilizados na produção animal que têm custos dolarizados. Ele explica que também há a questão logística para que o fornecedor obtenha estes produtos, o que também é um desafio para o suinocultor.

"Estamos tentando negociar com fornecedores, mas está difícil, porque os estoques estão baixos. Dólar lá em cima, pagando um preço alto nos medicamentos, eleva ainda mais os custos de produção".  
Para as próximas semanas ou próximos meses, Ferreira diz que os caminhos para a suinocultura estão incertos, já que é uma situação nova no país e que os setores estão tendo que aprender e ao mesmo tempo, lidar com os acontecimentos. 

"Contamos com a troca de experiência com os elos da cadeia produtiva para saber o que está dando certo e replicar, e tomando medidas sanitárias conforme as orientações das autoridades para manter a sanidade dos animais e a saúde dos funcionários, sem prejudicar a produção", afirma.

 

 

Por: Letícia Guimarães
Fonte: Notícias Agrícolas

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