China renegociar preços da carne suína brasileira é menos preocupante do que reduzir volumes, diz especialista

Publicado em 05/11/2021 15:00 e atualizado em 05/11/2021 15:35
Perspectivas do USDA dão conta de que a produção da proteína na China deva cair 5% em 2022, mas mercado brasileiro deve ficar atento às dinâmicas de mercado
César de Castro Alves - Consultor de Agronegócio do Itaú BBA

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Entrevista com César de Castro Alves - Consultor de Agronegócio do Itaú BBA sobre a Demanda da China por carne suína

O setor da suinocultura brasileira precisa ficar atento às dinâmicas de mercado da China, conforme explica o consultor de agronegócio do banco Itaú BBA, César de Castro Alves. De acordo com ele, a perspectiva do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), é de que a China tenha recuo na produção da proteína na ordem de 5% no próximo ano.

"Tem havido muitos abates precoces, abate de matrizes, e isso vai trazer um hiato na oferta, segundo o USDA. Entretanto, o que se vê agora é um excesso de produto local, com preços em queda, o que acende um sinal de alerta para o Brasil", disse.

Ele pontua que a China já reduziu a compra de volumes de outros grandes players, como Estados Unidos e países da União Europeia, mas que, por enquanto, segue importando normalmente do Brasil. Entretanto, é preciso observar como será o andamento da suinocultura chinesa, uma vez que o Brasil é extremamente dependente do gigante asiático para escoar o produto; cerca de 70% da carne suían exportada pelo Brasil tem a China como destino.

"Tendo esse atual cenário ocorrendo na China, seria menos preocupante se eles renegociarem os contratos de exportação com o Brasil, reduzindo um pouco os preços, do que diminuir os volumes embarcados. O Brasil não têm condição de absorver no mercado interno qualquer excedente", afirma. 

 

Por: Letícia Guimarães
Fonte: Notícias Agrícolas

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