Caso gripe aviária atinja plantéis comerciais, preços da carne de frango deve ceder e puxar o das concorrentes para baixo, diz especialista

Publicado em 21/06/2023 14:56 e atualizado em 21/06/2023 16:12
Alguns países altamente dependentes do Brasil para aquisição de carne de frango têm antecipado compras pensando na possibilidade do ingresso da doença no setor comercial
Wagner Hiroshi Yanaguizawa - Analista de Proteína Animal do Rabobank

O Brasil segue sem casos de gripe aviária em granjas comerciais, seja de corte ou de postura, contabilizando atualmente 39 casos da doença somente em aves silvestres até este dia 21 de junho. De acordo com Wagner Yanaguizawa, analista da área de proteínas animais do Rabobank, caso a doença chegue ao sistema comercial brasileiro, os preços da proteína de frango devem cair, assim como os das concorrentes.

Isso pode ocorrer caso haja embargo às exportações da carne de frango brasileira, que hoje corresponde a 35% de toda a carne de frango exportada pelo mundo. Haveria uma sobreoferta do produto em solo brasileiro, baixando os preços e redirecionando a demanda para a carne de frango por estar mais barata, fazendo com que as demais concorrentes cedam em valor para manter a liquidez de negócios. 

Em relação ao mercado externo, há negociações com os países que importam a proteína brasileira para que adotem protocolos de regionalização. “O Brasil hoje é uma alternativa para a carne de frango que tem sanidade e quantidade, além do preço mais competitivo, o que, em um cenário de alta inflação, se torna determinante para o abastecimento de vários países”, disse
Para se ter ideia da dependência de certos países, no ano passado, 75% da carne de frango importada pelos Emirados Árabes Unidos, partiu do Brasil. “Alguns países do Oriente Médio e do Sudoeste da Ásia já têm antecipado compras do Brasil, antevendo a possibilidade de que a gripe aviária atinja plantéis comerciais”, explicou. 

Se isso de fato ocorrer, Yanaguizawa detalha que, dependendo do tempo de recuperação do Brasil em relação à sanidade, pode haver desestímulo por parte dos produtores de proteína de aves para alojamento e mais investimentos na atividade, reduzindo a produção. Após isso, a recuperação pode trazer preços mais elevados, tanto pelo lado da oferta reduzida, quanto pela atratividade para as exportações, que rendem mais do que o mercado interno, segundo o especialista. 
 

 

Por: Letícia Guimarães
Fonte: Notícias Agrícolas

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