Excesso de chuva no RS complica colheita do arroz e afeta ainda mais a produtividade das lavouras que já estava comprometida

Publicado em 13/04/2016 12:46
Com acamamento e brotação, potencial produtivo das lavouras de arroz fica ainda mais comprometido. Safra deve recuar 20% em relação ao ano passado

O excesso de chuva durante a colheita tem comprometido a produtividade das lavouras de arroz no Rio Grande do Sul. De acordo com boletim da Emater (RS) até a semana do dia 07 de abril, 45% da área havia sido colhida, mas as precipitações se intensificaram nas duas ultimas semanas impedindo o avanço nos trabalhos de campo.

De acordo com o presidente da Federarroz, Henrique Osório Dornelles, os grãos estão brotando nas lavouras e as perdas podem superar os 15% projetado inicialmente pelo Irga (Instituto Rio Grandense do Arroz).

"Em conversa com os produtores já esperados que a quebra deve chegar ao 20%, sendo 1,6 milhão toneladas suprimidas no mercado nesta temporada", afirma Dornelles.

O clima também prejudicou o inicio da safra do estado. O excesso de chuvas no período atrasou o plantio em muitas regiões e, essas lavouras estão agora em fase de reprodução sofrendo com a alta umidade e falta de luminosidade.

Segundo o presidente, em condições normais de clima, a colheita no estado deveria estar em fase de finalizando, quando, no entanto, boa parte da área ainda precisa ser colhida, avançando até o mês de maio.

Mesmo com todo esse cenário, os preços internos do grão ainda não reagiram da forma esperada. De acordo com o acompanhamento realizado pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) os preços registram ligeiras quedas diárias, mas o Indicador ESALQ/SENAR-RS, 58% grãos inteiros, ainda se mantém na casa dos R$ 39,00/saca de 50 kg R$ 39,60.

"Sem a reação os produtores vão ficar ainda mais descapitalizados, o que nos leva a crer que teremos na próxima temporada uma redução significativa da produção de arroz no Rio Grande do Sul", declara Dornelles.

Com o custo de produção em alta, a Federação considera que o nível de comercialização deveria estar acima dos R$ 45,00 a saca, para continuar estimulando o plantio no próximo ano.

Boa parte das indústrias trabalha com o estoque da safra 2014/15 e ofertam valores menores na compra do produto da nova temporada (2015/16).

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Por: Aleksander Horta e Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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