Safra 21/22: relação de troca no RS melhora para o milho e piora para a soja com relação ao ciclo passado

Publicado em 25/08/2021 16:08 e atualizado em 25/08/2021 16:48
Custos de produção subiram nas duas culturas, 52% e 48% respectivamente, mas preço de venda do milho subiu ainda mais e compensou os gastos, o que não aconteceu com a soja
Paulo Pires - Presidente da Fecoagro RS

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Safra 21/22: relação de troca no RS melhora para o milho e piora para a soja com relação ao ciclo passado

O plantio da safra verão de milho 2021/22 já começou no Rio Grande do Sul e os produtores do estado vão ter mais oportunidades de obter rentabilidade com a cultura. Isso porque, a relação de troca melhorou com relação à safra passada, mesmo com aumento de 52% nos custos de produção. 

Segundo o presidente da Fecoagro/RS (Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul), Paulo Pires, neste próximo ciclo o produtor gaúcho terá que colher 60,70 sacas de milho por hectare ao preço de R$ 89,90 a saca, ou seja 16,69 sacas a menos que na temporada anterior, e vai precisar colher 85,13 sacas para cobrir o custo total de produção, uma redução de 21,95% por hectare.

Essa condição positiva deve inclusive estimular os produtores para ampliar a área cultivada com o cereal em cerca de 5%. A liderança comenta ainda que, as chuvas que caem no estado neste momento são as primeiras generalizadas desde junho e devem permitir que todas as regiões gaúchas iniciam a semeadura.

Já para a soja, a situação é diferente. Os custos de produção tiveram aumento de 48% de uma safra para a outra e as movimentações do preço da saca da oleaginosa não acompanharam tamanha elevação, o que resulta em relação de troca pior em 2021/22 do que a que foi vivenciada em 2020/21.

O relatório da Fecoagro/RS indica que será preciso colher 24,06 sacas de soja por hectare para cobrir os gastos operacionais da oleaginosa, 17,56% a mais para pagar a conta. Com relação ao custo total, vai precisar produzir 35,58 sacas por hectare para equilibrar os gastos, um aumento de 13,72% na relação de troca em relação à safra passada.

Mesmo assim, Pires destaca que o cenário segue positivo e que os produtores do Rio Grande do Sul devem ter rentabilidade nesta safra de soja, principalmente aqueles que compraram seus insumos antecipadamente e escaparam de preços mais altos. Por outro lado, quem deixou para a última hora terá mais dificuldades para fechar as contas.

Confira a entrevista completa com o presidente da Fecoagro/RS no vídeo.

Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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