Cotações da mandioca param de cair diante de menor oferta da raiz, mas preços ainda são 40% menores que no mesmo período do ano passado

Publicado em 26/08/2015 12:15
Cotações da mandioca param de cair diante de menor oferta da raiz, mas preços ainda são 40% menores que no mesmo período do ano passado

A menor oferta de mandioca tem mantido o mercado firme na última semana. O valor médio a prazo da mandioca posta fecularia foi de R$ 133,67/tonelada, 0,82% acima da média anterior, apontou o Cepea em seu levantamento.

Segundo o pesquisador do Cepea, Fábio Isaias Felipe, na última semana as condições climáticas não foram favoráveis para a colheita da raiz, o que implicou em uma redução da oferta. Mesmo com um avanço dos trabalhos de campo nesta semana, “não há pressões significativas nos preços", explica.

A perspectiva no curto e médio prazo é que o mercado continue firme, haja vista que tradicionalmente no final do ano o rendimento de amido é reduzido, "em consequência a indústria acaba elevando os preços em reais por grama", ressalta.

As Aquisições do Governo Federal (AGF), que no último mês autorizou a aquisição de até 40 mil toneladas de farinha e fécula de mandioca nos estados em que a cotação de mercado estava abaixo do preço mínimo, colaborando para o escoamento da produção, principalmente de farinha.

Outro fator que influenciou nos preços foi a melhor nas exportações. "Apenas no mês de julho foram embarcadas 2.600 toneladas de fécula, o melhor valor para um mês em toda a série histórica", declara o analista.

Embora os preços tenham melhorado nos últimos dias, a cotação ainda está 40% menor do que o mesmo período do ano passado, comprometendo a rentabilidade dos produtores.

Para Felipe essa baixa remuneração pode ter um impacto na área plantada da próxima temporada. "Há uma sinalização bastante forte que a área pode reduzir de forma bastante expressiva nos locais monitorados pelo Cepea", pondera.

A dificuldade de acesso ao crédito também deve influenciar no cultivo da safra 2016. Grande parte dos produtores são arrendatários e dependem do financiamento para manter a produção.

Por: Aleksander Horta e Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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