Com produção menor, caixa da laranja é cotada próxima de R$ 20 em Cafelândia (SP)

Publicado em 07/07/2016 10:44
Pomares receberam menor volume de chuvas no ano passado. Além disso, cerca de 80% dos pequenos produtores deixaram a atividade e investiram em outras culturas, como a cana-de-açúcar. Greening e cancro cítrico ainda ocasionam prejuízos aos citricultores. Preços estão mais altos, porém, agricultores acumulam dívidas das temporadas anteriores.

Em Cafelândia (SP), os produtores evoluem com os trabalhos de colheita da laranja, mas a perspectiva é de uma safra menor nesta temporada. A projeção é decorrente do menor volume de chuvas registrado entre os meses de setembro e outubro de 2015, que afetou a produção. Além disso, em torno de 80% dos pequenos produtores da região deixaram a atividade e investiram em outras culturas, como a cana-de-açúcar.

O produtor rural da localidade, Antônio José Magalhães, ressalta que com os recursos financeiros limitados, muitos citricultores não conseguiram fazer os tratos culturais nos pomares. “Com isso, não conseguimos controlar as doenças, especialmente o greening e o cancro cítrico. E não existe uma cura para essas doenças, trabalhamos com prevenção. E essa é uma situação muito preocupante dentro do setor”, diz.

Em meio à crise na citricultura, muitos produtores chegaram a negociar a caixa de 40,8 quilos da fruta a R$ 6,00. Para essa temporada há uma perspectiva melhor, uma vez que a caixa é negociada entre R$ 18,00 a R$ 20,00. Contudo, o produtor ainda sinaliza que será um ano de ajuste devido à produção menor.

“E é preciso ressaltar que temos dívidas das safras passadas. O ideal seria se as indústrias fizessem contratos em longo prazo, para que os produtores tivessem condições de fazer um planejamento e tratassem dos pomares. Esse ano, a conversa já mudou. Ano passado nós íamos atrás das empresas, porém, elas fechavam as portas, dizendo que havia muita laranja e que os estoques estavam altos”, pondera Magalhães.

Clima

O comportamento climático segue sendo observado pelos produtores rurais. Isso porque, as chuvas registradas em junho podem provocar uma florada precoce. “E caso tenhamos falta de precipitações em agosto e setembro poderemos ter uma quebra na próxima safra”, acredita o citricultor.

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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