Linhas de crédito liberadas para produtor de leite e indústria vêm como "socorro" para manter a atividade, aponta especialista

Publicado em 04/03/2021 11:57
A CNA, representando o setor leiteiro, aidna pleiteou ao Governo Federal outras medidas em matéria de crédito e de redução de custos de produção, que aidna não foram aprovadas
Bruno Lucchi - Superintendente Técnico da CNA

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Entrevista com Bruno Lucchi - Superintendente Técnico da CNA Sobre as resoluções do CMN para o setor lácteo

 

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Na última semana, o Conselho Monetário Nacional (CMN) liberou duas linhas de crédito voltadas para o setor da bovinocultura leiteira, sendo uma voltada ao produtor e outra à indústria e beneficiamento. De acordo com o superintendente técnico da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Bruno Lucchi, as medidas já estão valendo, e devem vigorar até dia 30 de junho deste ano, dando fôlego à cadeia até o início do Plano Safra.

As medidas haviam sido pleiteadas pela CNA ao Governo Federal como "socorro" à cadeia leiteira, com índice de 3,1% de endividamento entre os setores do agronegócio em 2020, segundo dados do Banco Central informados por Lucchi.

"Foi preciso fazer estas solicitações entre outras, como a prorrogação de financiamentos já tomados pelo produtor, liberação de importação de outras variedades de milho transgênico e suspensão do PIS/Cofins para insumos de alimentação animal, para tentar tirar a pressão sobre as margens do setor", disse.

Lucchi explica que estas alternativas de crédito já são conhecidas pelo setor, mas que estavam desativadas. No caso do produtor, uma das medidas do CMN foi conceder a ampliação de um para dois anos para o crédito de custeio para retenção de matrizes.

Já para a área de beneficiamento e industrialização do leite, foi destravado o Financiamento para Garantia de Preços ao Produtor (FGPP), com limite de crédito de até R$ 65 milhões, taxa de juros de 6% ao ano e prazo de reembolso de até 240 meses.

"O momento para a bovinocultura de leite é crítico. De um lado temos a indústria vendendo produtos a preços baixos devido à grande oferta, ou ameaçando parar de comprar o leite do produtor por não conseguir escoar a produção. De outro, temos o produtor que está recebendo menos pelo leite produzido, a atratividade da arroba bovina, que pode fazer com que ele venda matrizes, e o alto preço do milho, também tornando atraente a venda da silagem", disse.

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Por: Letícia Guimarães
Fonte: Notícias Agrícolas

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