Trabalhos para liberar o tráfego na BR-163 estão lentos e setor de transporte contabiliza prejuízo diário de 10 milhões de reais

Publicado em 01/03/2017 16:24
Governo envia cestas básicas para amenizar drama de caminhoneiros parados em trechos da BR-163 no Pará
Confira a entrevista de Miguel Mendes - Diretor-executivo Assoc. dos Transportadores de Cargas do MT

Podcast

Situação na BR 163

 

Download
Download

 

A situação na BR 163, entre o estado do Mato Grosso e o Pará, continua complicada, embora as providências estejam começando a ser tomadas.

De acordo com Miguel Mendes, diretor-executivo da Associação dos Transportadores de Cargas do Mato Grosso, 5 mil caminhoneiros ainda estão parados ou atolados, gerando um prejuízo de 10 mil reais por dia. As chuvas retornaram à região, o que dificulta a empresa responsável pela recuperação dos caminhos a oferecer condições de trafegabilidade.

O ponto mais crítico está localizado em uma região chamada Caracol, de um trecho de 50km de congestionamentos. Há filas nos dois sentidos da rodovia, com caminhões vazios não conseguindo retornar para o Mato Grosso, assim como os carregados não conseguem seguir viagem.

A fila dupla também dificulta a chegada de maquinários. A chegada dos policiais rodoviários e do exército no domingo conseguiram dar condições, mas com a volta das chuvas, a via voltou a ser interrompida.

Nesta manhã, Mendes conversou com o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, cobrando uma intervenção junto ao Departamento Nacional de Transportes (DNIT) para contratar, de forma emergencial, outra empresa que possa auxiliar a que atua no local neste momento, com um maquinário melhor. Na quinta (2), Maggi deve reunir com o Ministro dos Transportes para traçar uma estratégia de ação mais eficaz.

Alguns caminhoneiros já estão presos no trecho há 20 dias, com dificuldades de buscar água potável e também de conseguir alimentação. "A situação só não está pior porque a comunidade local têm dado apoio aos motoristas, o que vem amenizando a situação", diz Mendes.

A maioria dos veículos parados estão abastecidos com soja, mas há também itens de consumo industrializados com destino aos municípios que margeiam a 163. O fluxo neste ano foi potencializado pela expectativa de embarcar quase 8 milhões de toneladas de grãos no Porto de Miritituba.

Mendes destaca que Maggi "sente na pele a dificuldade de logística no país" e acredita que um investimento na infraestrutura como prioridade poderá resolver esses problemas no país.

O diretor-executivo diz que o tráfego deverá estar fluindo dentro de sua normalidade só na próxima semana, em decorrência das condições climáticas e do aguardo pela chegada de novos maquinários.

 

Por: Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Cofem debate gargalos nos portos catarinenses
TIL terá R$10 bi para "novos investimentos" em portos no Brasil, diz governo
China recebe 91,8% da exportação de soja movimentada no Porto de Paranaguá
Frete rodoviário cai no 1º tri por diesel e lentas vendas da safra no Brasil
Plataforma para automação de processos logísticos ajuda a treinar o profissional do setor para fatores mais relevantes na tomada de decisão