Em Diamantino (MT), colheita da safrinha de milho chega a 50% e confirma produção menor

Publicado em 12/07/2016 10:36
Nesta safra, rendimento médio deve ficar próximo de 65 scs/ha, contra as 94 scs/ha colhidas no ciclo anterior. Saca do cereal é negociada entre R$ 26,00 a R$ 27,00, mas saca do milho convencional é cotada a R$ 30,50. Agricultores devem estar atentos ao fogo nas lavouras. Prejuízos devem afetar o planejamento da temporada 2016/17.

A quebra na safrinha de milho brasileira vai se confirmando à medida que os trabalhos nos campos têm evoluído. Em Diamantino (MT) não é diferente, com cerca de 50% da área cultivada já colhida, a perda supera os 20%. De acordo com o último boletim informativo do Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária), em todo o estado, em torno de 37,41% da área plantada neste ciclo foi colhida até o momento.

Na visão do diretor do sindicato rural do município e conselheiro da Aprosoja, Altemar Kroling, as perdas devem ser maiores nos 50% que ainda precisam ser colhidos. “A quebra será bem acentuada. E tudo isso é decorrente do clima seco de abril, as chuvas cortaram mais cedo, o que pegou muito produtor de surpresa, pois não esperava esse cenário”, completa.

Por enquanto, a perspectiva é que o rendimento médio das lavouras fique em 65 sacas de milho por hectare. No ano passado, o número era de 94 sacas do grão por hectare. “Temos alguns produtores que têm seguro, mas que semearam o cereal dentro da janela ideal e, por isso, conseguirá uma produtividade melhor e pagar os bancos. O problema é em relação a quem arriscou mais e o seguro não cobre”, explica o diretor.

Além disso, o clima mais seco continua sendo uma preocupação para os agricultores de todo o estado. Diante desse quadro climático, há relatos de lavouras do cereal que pegaram fogo em várias localidades. “Nesta segunda-feira, tivemos uma plantação que pegou fogo na nossa região. O proprietário conseguiu controlar, mas vários hectares foram perdidos. É importante que os agricultores continuem atentos a essa situação”, pondera Kroling.

Comercialização

Assim como em outras regiões, os produtores buscam uma renegociação junto às tradings para os contratos fechados antecipadamente. E uma das possibilidades, pelo menos por enquanto, é a prorrogação das dívidas para o próximo ano. “Esperamos que em 2017 nós consigamos saldar esse débito”, completa o diretor do sindicato.

Nesse instante, a saca do milho transgênico é cotada entre R$ 26,00 a R$ 27,00 na região. “Ainda são valores que remuneram e esperamos que possa compensar a baixa produtividade. Contudo, muitos venderam antecipadamente, com valores mais baixos e não irão participar da alta dos preços. Mas a saca do milho convencional é cotada a R$ 30,50 e a área convencional na região gira em torno de 10% a 15%”, diz Kroling.

Soja

A produtividade média da soja também ficou abaixo na safra de verão. Os produtores colheram cerca de 48 sacas da oleaginosa por hectare, contra as 53 a 54 sacas do grão registradas no mesmo período do ano anterior.

“Com isso, o produtor ficou descapitalizado. Estamos fazendo contas e o dinheiro oficial está mais curto, então há um ajuste que deverá ser feito para a próxima safra 2016/17. Os produtores irão fazer um plantio mais barato e os investimentos em tecnologia podem cair”, finaliza o diretor. 

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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