Produzindo metade do que consome, SC deve continuar aumentando suas compras de milho

Publicado em 27/12/2016 11:07
Santa Catarina é o segundo estado que consome mais milho no país dada a forte e promissora produção de aves, suínos e leite. Desafio é viabilizar um transporte mais econômico para trazer o cereal dos estados vizinhos, e há de focar na comercialização desse produto. Na produção de grãos, investimento é no aumento da produtividade diante de um relevo desfavorável para o aumento de áreas.
Entrevista com Airton Spies - Secretário Adjunto de Agricultura e Pesca - SC

Enquanto em outros estados os produtores estão preocupados com o que fazer com uma grande produção de milho que está prevista, o estado de Santa Catarina, por sua vez, já tem destino certo para o cereal.

O estado, que é o maior produtor de suínos, segundo maior produtor de frangos e quinto maior produtor de leite, produz 3 milhões de toneladas de milho, mas consome 6 milhões de toneladas.

Para Airton Spies, Secretário de Estado Adjunto da Agricultura de Santa Catarina, quanto mais milho o estado tiver, mais valor agregados esses produtor terão. Ele atribui isso ao sucesso do modelo de cadeias produtivas verticalmente integradas.

O déficit de milho, para ele, é um "bom problema", pois indica que o estado, que possui um excelente status sanitário, está firme e forte na sua produção. 29% do Produto Interno Bruto (PIB) de Santa Catarina corresponde ao agronegócio - desses 29%, 61% são de proteína animal.

O problema enfrentado por eles, no entanto, são os custos de frete. Há um investimento em curso para uma ferrovia, que deve ser de médio a longo prazo, mas a grande questão é que o grão é o único elo que não está amarrado a um sistema totalmente integrado, gerando uma dificuldade maior para se conseguir o produto.

Santa Catarina, por sua vez, não consegue produzir 100% do milho necessário, pois o estado é pequeno e o relevo acidentado não permite mais lavouras. No entanto, até 2020, o plano é colher 10 toneladas de milho por hectare. Atualmente, são 8 toneladas de milho por hectare colhidas.

Spies aponta também que o Brasil está "muito imaturo" em operações de hedge e travas, trabalhando muito no spot e, desta forma, mantendo instabilidade nos preços do mercado, "não trazendo segurança nem para os produtores de proteína e nem de grãos".

Para 2017, as perspectivas são boas. Santa Catarina quer abrir ainda um novo mercado, a Coreia do Sul, mas está exportando bem para outros mercados, como os Estados Unidos, que começou a comprar costelinha suína. "Com agropecuária diversificada, sempre tem resultado maior", diz Spies. "Por conta do agronegócio, o índice de desemprego [do estado] é metade da média nacional".

Por: João Batista Olivi e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

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