Produtores de aves e suínos do SC articulam rota de importação de milho do Mercosul para reduzir em até 70% os custos com frete

Publicado em 15/09/2017 13:52
Santa Catarina compra mais da metade do milho que consome e conclui que o frete para trazer o produto do centro-oeste do país é mais caro que o valor pago pelo grão
Confira a entrevista com Enori Barbieri - Vice Presidente da FAESC

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Produtores de aves e suínos do SC articulam rota de importação de milho do Mercosul para reduzir em até 70% os custos com frete

 

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Amanhã (16), o governo de Santa Catarina deverá se reunir com representantes da Argentina e do Paraguai para ajustar uma nova rota de recepção de milho. O estado, que é grande consumidor do cereal, encontra problemas para trazê-lo de outras regiões do país e, agora, visa facilitar o acesso dos produtores de aves e suínos ao milho paraguaio.

Enori Barbieri, vice-presidente da FAESC, destaca que a produção de milho no estado é deficitária, tendo de dividir espaço com a soja. O estado também não possui condições para realizar a safrinha, ao mesmo tempo em que é o maior importador e consumidor nacional.

Estes fatores, para Barbieri, limitam a produção de aves e suínos, que apresentou crescimento de 22% e 48%, respectivamente, neste ano. O milho paraguaio está a 500km de Chapecó (SC), mas para atender à necessidade de frete dos produtores catarinenses, este milho teria de ser transportado, em parte, no território argentino.

A reunião será realizada na cidade de Encarnación (PY) para discutir essa nova rota e garantir um custo de milho menor para o estado. Enquanto um produtor de milho de Santa Catarina vende sua saca a R$24, no Mato Grosso, a saca custa cerca de R$11. Entretanto, com o valor do frete, o milho matogrossense chega a Chapecó com os mesmos preços do milho local. Com a importação do milho paraguaio, seria possível uma economia de R$7 a R$8 por saca, segundo o vice-presidente.

Ele lembra também que este milho é produzido, em grande parte, por brasileiros e filhos de brasileiros que se instalaram no país vizinho. Para Barbieri, o ideal é que o Sul do Brasil faça cada vez mais negócios com os países vizinhos em função da distância menor. Fazer negócios com o norte, segundo o vice-presidente, torna o estado menos competitivo.

Por: Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

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