Em São Paulo, safrinha de milho já tem perda consolidada após 30 dias sem chuvas

Publicado em 11/05/2018 11:38
Prejuízos ainda não podem ser contabilizados e o retorno das chuvas ainda pode recuperar parte do potencial produtivo em algumas áreas. Normalmente, produtores paulistas conseguem colher acima de 100 sacas do grão por hectare. Agricultores estão atentos aos preços e também à questão dos embargos das carnes, que pode afetar a demanda pelo grão.
Gustavo Chavaglia - Presidente Aprosoja SP

Podcast

Acompanhamento de safra do Milho Safrinha com Gustavo Chavaglia - Presidente Aprosoja SP

 

Download

 

Em São Paulo, as lavouras de milho safrinha já apresentam perdas consolidadas devido à ausência de chuvas. Muitas plantações não recebem precipitações há mais de 30 dias e as situações mais preocupantes são observadas no Norte e no Centro-norte do estado. De acordo com estimativa da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), os produtores deverão colher 2,66 milhões de toneladas de milho nesta temporada.

"Tivemos um atraso na soja, mas não fugimos muito da janela ideal de plantio da safrinha de milho. O grande problema foi a ausência de chuvas no mês de abril. Acredito que a falta de precipitações vai impactar as lavouras, trazendo perdas aos produtores", destaca o presidente da Aprosoja São Paulo, Gustavo Chavaglia.

Contudo, o retorno das chuvas ainda pode estagnar as perdas em algumas regiões e até mesmo recuperar o potencial produtivo de algumas plantas. Segundo informações da Climatempo, uma frente fria rompe a massa de ar seco nesta sexta-feira (11) e leva chuvas para o Sul do país e também ao sul de Mato Grosso do Sul.

"No Sul e Sudoeste, talvez tenhamos uma reserva hídrica melhor, mas não dá para precisar, as lavouras precisam de chuvas mesmo", completa Chavaglia. Normalmente, o rendimento das lavouras ultrapassa 100 sacas do grão por hectare.

Em relação ao seguro, a liderança reforça que alguns produtores já acionaram as seguradoras para contemplar as perdas registradas nas lavouras. Por outro lado, "o mercado apresenta agora um viés de alta, com esse cenário das perdas. Antes tínhamos uma expectativa de estabilidade frente à uma safrinha que prometia produzir bem", afirma o presidente.

Em contrapartida, Chavaglia ainda pondera que a preocupação com o consumo de carne e a questão dos embargos que podem afetar a demanda pelo grão.

Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Paraguai registra quebra de até 40% no milho safrinha, com possibilidade de ampliação, segundo liderança local
Milho abre a terça-feira se mantendo em alta na B3
Com as mudanças climáticas, inseto cigarrinha assola campos de milho da Argentina
Radar Investimentos: A comercialização de milho no mercado spot flui mais no Centro-Oeste
Milho da B3 salta 2,5% nesta segunda-feira com impulso internacional e do RS