Em Rio Verde (GO), impasse sobre o frete paralisa comercialização e escoamento dos grãos

Publicado em 18/06/2018 10:55
Nos últimos 30 dias, região não registrou novos negócios e nem escoamento da soja. Andamento da colheita do milho safrinha deve agravar cenário. Preços recuaram de R$ 31,00 para R$ 29,00 a saca e cerca de 50% da produção ainda precisa ser negociada. Rendimento médio deve ficar próximo de 100 a 105 sacas do grão por hectare.
Adriano Antônio Barzotto - Diretor da Aprosoja/GO

Podcast

Entrevista com Adriano Antônio Barzotto - Diretor da Aprosoja/GO sobre o Acompanhamento de safra do Milho Safrinha

 

Download

 

Na região de Rio Verde (GO), os produtores rurais iniciaram a colheita do milho safrinha com perspectiva de queda nos rendimentos e de olho na comercialização. Até o momento, as primeiras áreas deverão apresentar bons resultados, já que o clima foi mais favorável. Normalmente, o rendimento médio gira em torno de 100 a 105 sacas do grão por hectare na localidade.

"Mas sabemos que o plantio foi estendido para o mês de março e os produtores reduziram o uso de tecnologia. Então, precisamos acompanhar para ver qual realmente será a nossa produtividade média nesta temporada", destaca o diretor da Aprosoja Goiás, Adriano Antônio Barzotto.

A liderança ainda pondera que nesse momento o clima mais frio tem dificultado a secagem das lavouras. "E temos um grande déficit de secadores e armazéns na região. A perspectiva é que os trabalhos nos campos ganhem ritmo nos próximos dias", relata o diretor da entidade.

Comercialização

O diretor da Aprosoja Goiás, ainda reforça que nos últimos 30 dias não houveram novos negócios, nem a retirada da soja da safra de verão, já negociada na região. Cenário decorrente das incertezas relacionadas ao tabelamento do frete.

"Não acompanhamos a retirada da soja para os portos e as indústrias, isso irá acarretar em um problema logístico na colheita do milho safrinha. Uma vez que, muitos produtores irão querer transportar soja e milho ao mesmo tempo e não temos capacidade para isso", explica a liderança.

Por enquanto, os produtores estão iniciando a colheita da segunda safra de milho na região e as primeiras áreas são para o consumo próprio ou cumprimento de contratos feitos mais cedo. "Não há problemas logísticos até o momento, mas a partir do início de julho iremos acompanhar filas nos armazéns e a logística será um gargalo na região, pois não retiramos a soja. Quebrou-se o ciclo de transporte de commodities na nossa região e no Brasil", afirma Barzotto.

Embora os produtores já estejam gastando mais para levar o milho até os armazéns em Rio Verde (GO). Isso porque, as negociações entre agricultores e transportadores têm sido balizadas pela nova tabela de preço mínimo de frete reportada pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres). Em torno de 50% da safrinha de milho ainda precisa ser negociada na localidade.

"E diante da recente oscilação do dólar, nós perdemos um bom momento de comercialização do milho. Tivemos algumas negociações pontuais e recentes com valores entre R$ 29,00 a R$ 30,00 a saca do cereal. E, todo esse cenário irá impactar na margem de lucros final do ano agrícola. O produtor deve estar atento para que não tenha prejuízos", diz o diretor da Aprosoja GO.

Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Milho fecha a semana de olho na safrinha e recuando até 1,68% na B3
Agrifatto enxerga mercado pesado e pressão para preços do milho no Brasil e no exterior
B3 começa a sexta-feira com futuros do milho operando no negativo
Colheita da soja se encaminha para o final em Rondônia, com cerca de 20% de quebra na produtividade, segundo pesquisador
Radar Investimentos: Os futuros de milho fecharam em alta nesta quinta-feira na CBOT