Milho: Colheita da safrinha chega a 80% em MS e produtores perdem até R$ 3,00 por saca com frete mais alto

Publicado em 28/08/2018 11:52
Com umidade elevada, colheita está mais lenta, especialmente no sul do estado. Produtividade média gira em torno de 68 scs/ha e safra deverá somar 6,9 mi de t, queda de 30% em relação ao ano anterior. Saca do cereal é cotada entre R$ 30,00 e R$ 32,00. Tabela do frete ainda mantém entrega dos adubos atrasada e negócios futuros com a soja seguem travados.
Juliano Schmaedecke - Presidente Aprosoja MS

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Entrevista com Juliano Schmaedecke - Presidente Aprosoja MS sobre o Acompanhamento de Safra do Milho

 

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Em Mato Grosso do Sul, a colheita do milho safrinha caminha mais lentamente nesta temporada e atinge 80% da área plantada. A produtividade média deve ficar próxima de 68 sacas do grão por hectare após tantas intempéries climáticas. Com isso, a produção deverá somar 6,9 milhões de toneladas, uma queda de quase 30% em relação ao ciclo anterior, quando o estado colheu 9,8 milhões de toneladas do grão.

Na visão do presidente da Aprosoja Mato Grosso do Sul, Juliano Schmaedecke, esse é um ano difícil aos produtores do estado. "Tivemos problemas com seca, ventos e geadas, fatores que reduziram a nossa produtividade. E a umidade dos grãos não baixa, o produtor queria armazenar o milho em silo bolsa para reduzir os custos com secagem e fretes", explica.

Atualmente, os preços giram em torno de R$ 30,00 a R$ 32,00 a saca de milho no estado. Embora muitos produtores segurem as vendas nesse momento, em busca de melhores oportunidades de comercialização e, até mesmo, para compensar a queda nos rendimentos nesta temporada.

"Preços em torno de R$ 34,00 a saca já anulam os efeitos da estiagem. E, também os fretes mais longos, como para praças no Rio Grande do Sul, impactam em até R$ 3,00 por saca o nosso mercado. No caso das exportações, as negociações são feitas antecipadamente, via porto seco em Maringá, no Paraná", pondera a liderança.

Paralelamente, a alta dos fretes ainda atrasa a entrega dos adubos no estado, assim como em outras localidades do país. Do mesmo modo, os negócios antecipados com a soja permanecem travados em Mato Grosso do Sul.

"Apesar da baixa dos preços na Bolsa de Chicago, temos a alta do dólar ajudando e poderíamos aproveitar melhor as oportunidades. Para a safra de verão a palavra de ordem é gestão, precisaremos cortar os custos de produção, então os produtores precisam estar atentos aos fatores dentro e fora das lavouras", orienta Schmaedecke.

Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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