Risco pelo atraso de até 7 semanas no plantio de boa parte do milho americano não aparece nos atuais números de produção do USDA

Publicado em 22/08/2019 12:56
Em visita aos EUA , produtor sul-mato-grossense relata a diferença nas expectativas de lavouras de milho que foram plantadas até final de abril (230 sacas/ha) e das áreas plantadas a partir de junho (160 sacas /ha)
Dante Ribeiro - Produtor Rural da região Aral Moreira/MS

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Entrevista com Dante Ribeiro - Produtor Rural da região Aral Moreira/MS sobre as Lavouras de milho nos EUA

 

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Em algumas localidades dos Estados Unidos, as lavouras de milho que foram cultivadas com sete semanas de atrasos sofrem o risco de serem impactadas com as geadas que estão previstas para os próximos meses. No entanto, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) não refletiu essas informações nos números de produção no último relatório.

Segundo o produtor rural da localidade de Aral Moreira/MS, Dante Ribeiro, os americanos estão sofrendo com a Guerra Comercial e com as questões climáticas afetando a safra de grãos. “Nós estamos falando de um plantio de milho de 3 a 5 semanas de atrasos e em alguns casos até 7 semanas. O mês de maio foi muito chuvoso no cinturão americano”, afirma.

A situação das lavouras de milho apresenta estar em condições razoavelmente boas. “O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) não está refletindo no mercado os atrasos no plantio e nem as previsões de geadas para os próximos meses”, comenta.

De acordo com as últimas informações do relatório do USDA, as lavouras de milho registraram um aumento de produtividade, que passou de 173 para 177 sacas por hectares, com uma estimativa de 353 milhões por tonelada. “Os produtores americanos estão apontando em 40% do que foi plantando no primeiro de junho está sob risco de geadas e pode ter uma quebra de 80% na produtividade”, ressalta.

A janela de plantio americana é extremamente curta, em torno de dez dias, e se eles  passarem desta data a safra sofre um enorme risco. “Um dos artefatos que eles usam para plantar mais rápido é jogar adubo no outono antes do congelamento para quando iniciar o cultivo em menos tempo possível”, destaca.

Em algumas localidades foi preciso fazer replantio em função do excesso de umidade e acarretou em custos de produção maiores. Durante a viagem, Dante saliente que foi possível observar que melhoram com o armazenamento dos grãos com novos silos. “Hoje eles estão muito preparados para se precisarem segurar os grãos devido aos problemas com a Guerra Comercial”, aponta.

Em algumas propriedades, a produtividade nesta safra será acima de 220 sacas de milho por hectare por terem iniciado o plantio mais cedo. “Esse produtor tem uma infraestrutura de solo que permite colocar uma população muito mais alta de cereal, ou seja, eles passam de 90 mil sementes por hectare e precisa de um solo muito bem estruturado para agüentar”, diz.

Soja

No caso da soja americana, as lavouras apresentam estar em boas condições na região de Illinois. “Nesta localidade, a oleaginosa apresenta um bom desenvolvimento e tiveram certa dificuldade em controlar as pragas e não vai afetar na produtividade”, conta.

Por: Aleksander Horta e Andressa Simão
Fonte: Notícias Agrícolas

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