Milho aponta para preço de R$ 52/saca na virada do ano com a crise argentina

Publicado em 11/12/2019 17:01
Falta de oferta (crise de abastecimento) e "retenciones" argentinas podem levar o milho a patamares acima de R$ 50/saca na B3 (fev./março), diz analista da Agrinvest, Marcos Araújo. Hoje o preço base Campinas é de R$ 48,15. A situação politica na Argentina abre janela de oportunidade para exportação do milho brasileiro. Pior, contudo, são as previsões climáticas que apontam estiagem para regiões produtoras do pampa argentino
Marcos Araújo - Analista da Agrinvest

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Entrevista com Marcos Araújo - Analista da Agrinvest sobre o Mercado do Milho

 

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Alberto Fernández assumiu a presidência na Argentina nesta terça-feira, dia 10, e um velho temor volta a assombrar os produtores rurais argentinos: as retenciones. (As retenciones são impostos que o país coloca sobre produtos exportáveis, em especial as commodities, que foram praticadas pelos governos peronistas de Nestor e Cristina Kirchner, que agora volta ao Poder como vice de Fernandez). O setor produtivo argentino vive dias de pânico.

>> Produtores rurais da Argentina temem incremento nas 'retenciones' com início do novo governo

O mercado estima que as tarifas para a exportação do grão de soja in natura volte aos 30% ou fique acima disso. Para milho e trigo estima-se que as retenciones possam voltar aos 22%. Confirmados estes números, a competitividade do produtor argentino ficaria bastante comprometida diante de seus principais concorrentes. Veja abaixo uma estimativa para os impostos sobre a soja argentina:

>> Política e Clima: Os desafios do produtor da Argentina para finalizar 2019 e começar 2020

Desta forma, o produtor rural argentino que já paga US$ 100 por tonelada de soja exportada, poderá sofrer, com as novas retenciones, US$ 140 a tonelada. Já para o milho, o valor por tonelada exportada hoje em US$ 8, poderá ir para US$ 24/t. O valor praticamente tirará o país do mercado por falta de competitividade, fazendo com que países importadores supra suas demandas pelo grão nos Estados Unidos, na Ucrânia e no Brasil.

Pior são as previsoes climáticas pra o pampa argentino, bem no momento de enchimento de grãos na Argentina. Veja abaixo:

Por: João Batista Olivi e Ericson Cunha
Fonte: Notícias Agrícolas

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